
A Polícia Civil de Guaratinguetá deflagrou na manhã desta sexta-feira (4) a segunda etapa de uma operação que apura crimes licitatórios, de corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica e organização criminosa envolvendo a Câmara Municipal da cidade. O presidente da casa, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), foi afastado de suas funções, além de outros dois servidores envolvidos.
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De acordo com a Polícia Civil, durante a pandemia da Covid-19, o Legislativo dispensou licitação e contratou uma empresa para fornecer serviços de sanitização e desinfecção em prédios e veículos oficiais no valor de R$ 691.940,00 – valor considerado sete vezes mais caro em comparação com o aplicado no mercado. A denúncia foi feita ao Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Guaratinguetá, no fim de setembro.
Segundo o MP, a desinfecção, em condições semelhantes, pode ser encontrada no mercado à razão de R$ 1,00 por m². A Câmara de Guaratinguetá, em três contratações, chegou a pagar média de R$ 7,50 por m². O futuro prédio do Legislativo, que ainda se encontra inativo, também seria contemplado nos serviços.
De acordo com a Polícia, a primeira etapa da operação, em 5 de novembro, prendeu temporariamente dois investigados e realizou busca e apreensão em seis endereços. Após diligências, a Polícia Civil encontrou fortes indícios de que o presidente da Câmara, um assessor e um diretor administrativo estariam envolvidos na prática das irregularidades, determinando assim o afastamento destes.
Acionada pela CBN Vale, a Câmara Municipal de Guaratinguetá informou que aguarda a posição do Jurídico a respeito do ocorrido e emitirá uma nota no fim do dia.