A Rádio CBN Vale entrevistou na manhã desta quarta-feira (26) Luís Inácio Lula da Silva, virtual candidato às eleições presidenciais deste ano. O ex-presidente pelo PT (Partido dos Trabalhadores), falou com os entrevistadores Fenando Carlos, Marcelo Rocha e Hélcio Costa sobre eleições, alianças políticas e outros temas de interesse nacional, como o crescimento econômico e também sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil.
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Principais temas da entrevista:
Aliança com Geraldo Alckmin
Um dos principais temas abordados na entrevista foi a possível aliança do PT com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin que é cotado para ser o vice de Lula na presidência da república.
Para Lula, a definição do vice depende de dois fatores, primeiro se o próprio ex-presidente será oficializado como candidato, definição essa que deve ocorrer entre o final de fevereiro e o início de março. Segundo, vai depender do partido político que Alckmin escolherá para que se possa fazer a aliança com o Partido dos Trabalhadores.
Relação do PT com o centrão
Lula citou que o centrão nada mais é do que um conjunto de partidos que se juntam em um determinado objetivo político, e que será importante conversar com todas as forças políticas que formam o centrão. Lula também disse que não é possível continuar trabalhando com um Congresso Nacional, que nas palavras dele, “torna o Presidente da República um refém, como o Bolsonaro”. Luta também criticou o orçamento secreto, dizendo que os deputados passaram a ter mais força do que governadores e prefeitos.
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Para Lula, “O tempo passou” e que “tem muita gente nova no pedaço”, com muita experiência. Ele elogiou à ex-presidente, mas disse que ela “erra na política”, por que “não tem a paciência que a política exige” .
Lula também falou que a política passou a ser executada, desde a época da disputa eleitoral contra Aécio Neves (PSDB) e com grande culpa da imprensa brasileira, estimulada pelo ódio no país.
Debate entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro
Num eventual debate entre dois dos principais candidatos à presidência, Lula disse que não iria comentar o que ele provavelmente perguntaria a eles, justamente para que eles não se preparem para o embate.
“Se eu falar agora ele vai ficar preparando”, “vai que o Bolsonaro resolve tomar uma facada pra não ir em debate”.
Já sobre o ex-juiz, “vai que o Moro pega o código penal, e fala que o código penal não me deixa ir”.
Fake News nas eleições 2022
Sobre as fake news nas eleições de 2022, Lula disse que “não vou entrar nesse lamaçal”, referindo-se às mentiras comumente ditas pelo presidente Jair Bolsonaro, e que “se o povo brasileiro preferir votar em alguém que mente, então não precisa me escolher”.
Pandemia de Covid-19
O ex-presidente citou a importância dos investimentos em tecnologia no Brasil, mencionando o papel do INPE e ITA. Além disso, Lula chamou o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como uma pessoa que possui um “pensamento retrógrado e atrasado”, e o ex-ministro da pasta, Eduardo Pazuello de “uma vergonha” e que deveria ter saído da CPI da Covid-19, preso.
Já em relação ao presidente de república, Lula disse afirmou que “só o Bolsonaro conseguiu descobrir no Brasil um nicho de fascistas que não acreditam na ciência”, e que o líder do executivo é o responsável por mais da metade das mortes ocorridas no país por conta da Covid-19.
Crescimento econômico
Para Lula, o presidente precisa ter credibilidade, um modelo econômico previsível e convencer a sociedade interna e externa para que haja investimentos no país, além disso, comentou que para ele, o trabalhador que ganha até cinco salários mínimos não deveria pagar imposto de renda, e completou: “é preciso colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.