“Não estou preparado se Marco Aurélio estiver vivo”, diz pai de escoteiro desaparecido há 36 anos no Pico dos Marins

"Não estou preparado se Marco Aurélio estiver vivo", diz pai de escoteiro desaparecido há 36 anos no Pico dos Marins
(Foto: Arquivo Pessoal/Ivo Simon)

Após 36 anos, a investigação do caso do desaparecimento de Marco Aurélio Simon, no Pico dos Marins, foi reaberto pela Polícia Civil de Piquete. O escoteiro sumiu naquela região em 1985 e o processo foi arquivado em 1990.

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A medida se dá após uma das filhas do antigo guia daquela região, Afonso Xavier, ter contado a pessoas próximas de que teria visto uma uma cova no local, onde os escoteiros acamparam na época. A mulher acreditava que poderia ter alguma relação ou pista ligada ao caso, já que o pai dela não queria que os filhos chegassem perto do local. Atualmente, ela mora em Minas Gerais e deverá ser ouvida pelas autoridades nesta terça-feira (20).

O pai de Marco Aurélio, o jornalista e advogado Ivo Simon, de 82 anos, foi até o local apontado pela mulher, tirou algumas fotos e procurou a polícia com informações passadas por ela. (ouça a reportagem ao final do texto)

Boatos

Com a abertura do inquérito, muitos boatos surgiram. Circulam pelas redes sociais de que Marco Aurélio teria sido morto por um homem com problemas psiquiátricos e que o pai teria enterrado o corpo debaixo da cama para proteger o filho. No entanto, o caso não foi confirmado e será investigado pela Polícia Civil.

Até o momento, dois locais são apontados como suspeitos: um seria uma casa que supostamente teria sido usada para ocultar o corpo do menino e outro nas redondezas, onde os escoteiros acamparam. 

Ivo Simon afirma que se encontrarem a ossada e o DNA for confirmado, o mistério ainda permanecerá, já que ainda não se saberia o que aconteceu e quem foi o assassino de Marco Aurélio.  

O pai do escoteiro ainda comentou sobre outra hipótese: a de Marco Aurélio estar vivo. Há relatos de pessoas que dizem ter visto um morador de rua em Taubaté, com os mesmos traços do rapaz. Ivo Simon diz que se o filho estiver vivo, ele não está preparado e não saberá como será sua reação.

Desaparecimento

O escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu no dia 8 de junho de 1985, durante acampamento no Pico dos Marins. O menino, na época tinha 15 anos e estava com três amigos e o líder dos escoteiros. Durante uma trilha no local, um dos adolescentes torceu o pé e o líder autorizou que Marco Aurélio voltasse sozinho para buscar ajuda no acampamento. Desde então, o escoteiro nunca mais foi visto. 

Foram 30 dias de buscas com mais de 300 pessoas vasculhando as redondezas. Até hoje, nenhuma pista do escoteiro foi encontrada. Todo tipo de ajuda foi utilizada como: equipes da Polícia Militar, soldados, bombeiros, alpinistas, guias, voluntários, cães farejadores e helicópteros. Foram chamados até mesmo sensitivos e videntes para ajudar, mas nenhuma pista foi encontrada.

Ouça a reportagem clicando no player de áudio abaixo: