O Ministério Público do Estado de São Paulo solicitou que Alexandre Nardoni seja reavaliado em um teste psicológico antes de ter garantido seu direito de responder o restante da pena em liberdade.
No documento, prolatado junto ao Departamento Estadual de Execuções Criminais (DEECRIM) da 9ª Região Administrativa Judiciária, com sede em São José dos Campos, o MPSP destaca que Nardoni apresentou elementos de possível transtorno de personalidade, o que levantou dúvidas sobre sua real capacidade de ser reintegrado de forma segura à sociedade, e por isso o Ministério Público entende que o pedido do sentenciado merece uma análise mais aprofundada.
O promotor apontou também que Nardoni ainda não assumiu a responsabilidade pela morte da filha, Isabella Nardoni, em março de 2008, crime pelo qual Alexandre foi condenado, o que indica que ele não absorveu a terapêutica penal, segundo a manifestação do promotor.
Recentemente, a 3ª Promotoria de Justiça de Execuções Criminais de Taubaté já havia se posicionado contra a concessão da progressão de regime para Alexandre.
Nardoni havia sido condenado a 30 anos de prisão e já cumpriu 16 anos de pena. Por lei, ele pode solicitar transferência para o regime aberto após 40% da pena cumprida em regime fechado, e cabe à Justiça analisar os laudos e decidir sobre a progressão.
A madrasta Ana Carolina Jatobá, outra envolvida na morte de Isabella, conseguiu a mudança para regime aberto ainda em 2023, tendo sido condenada a pouco mais de 26 anos de prisão.
Isabella Nardoni foi morta em 2008 após ser agredida e jogada do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo pela madrasta e pelo pai. Desde então, Alexandre Nardoni cumpre pena em regime fechado na Penitenciária “P2” em Tremembé, conhecida por ser onde estão custodiados os presos de casos de grande repercussão.