Julgamento de demissões em massa pela Embraer é adiado pelo TRT-15

(Foto: Roosevelt Cassio)

O julgamento do dissídio coletivo que pede o cancelamento das 2,5 mil demissões feitas pela Embraer no ano passado foi suspenso, na tarde desta quarta-feira (10), por conta de um pedido de vistas feito por um dos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região.

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Com o pedido de vistas, o processo vai para o gabinete do desembargador Lorival Ferreira dos Santos. Somente após a devolução do processo, o julgamento poderá ser retomado no plenário. Ainda não há data para nova sessão.

O julgamento foi interrompido durante o voto dos juízes sobre o acolhimento da ação pelo Tribunal. Os desembargadores propuseram que a Embraer e os representantes dos trabalhadores voltem a negociar para buscar alternativas para manutenção dos postos de trabalho, antes da retomada do julgamento. 

Os advogados do Sindicato dos Metalúrgicos alegaram que a fabricante de aeronaves não realizou uma negociação para evitar o desligamento dos trabalhadores. No ano passado, 1,6 mil funcionários aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), mas outros 900 também foram demitidos. O desejo da categoria é que estes 2,5 mil trabalhadores sejam reintegrados. 

Já os advogados da Embraer disseram que houve queda na receita da empresa durante a pandemia, e que o PDV foi a alternativa encontrada para amenizar as dificuldades, além de licenças remuneradas. Os representantes também apontaram que, além dos trabalhadores, foram demitidos também funcionários de outros setores, como diretores. 

Protestos

A manhã de quarta-feira (10) foi marcada por um ato promovido por ex-funcionários e Sindicato dos Metalúrgicos contra as demissões realizadas em 2020. A manifestação ocorreu em frente a unidade da Embraer, no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos, e como forma de protesto, ex-funcionários colocaram camisetas penduradas no alambrado da fábrica com dizeres como ‘justiça para os trabalhadores’. 

Embraer

Em nota encaminhada à CBN Vale, a empresa afirmou que desde o início da pandemia adotou uma série de medidas para preservar empregos, como trabalho remoto, licença remunerada, férias coletivas e negociou com sindicatos redução de jornada, suspensão de contratos e PDVs, com o objetivo de zelar pela saúde dos colaboradores e garantir a continuidade dos negócios.

Além disso, a Embraer disse confiar em seu plano de reestruturação para se manter competitiva e enfrentar os desafios do momento.