A Prefeitura de São José dos Campos realizou uma operação para a demolição de ao menos três casas na região do Banhado, região central de São José dos Campos.
Nesta quinta-feira (25), no quadro CBN Política Regional, o comentarista Hélcio Costa, falou ao programa CBN Vale 1ª Edição, sobre o protesto dos moradores do Banhado, na última terça-feira (23).
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Na tarde da última terça-feira, um protesto de moradores de uma comunidade da área central de São José dos Campos paralisou o trânsito da cidade. Vamos analisar melhor essa história…
O ato foi uma reação de moradores à demolição, pela prefeitura, de casas no Jardim Nova Esperança –um conjunto de casas, casebres e barracos encrustado há décadas nas franjas do Banhado, no centro da cidade. A prefeitura alega que as casas estavam abandonadas e eram utilizadas pelo crime.
Durante o protesto, o prefeito Anderson Farias fez até live defendendo a ação, dizendo que o governo tem a obrigação de zelar pela vida das pessoas de bem. A Defensoria Pública não concordou; para ela, a demolição foi ilegal.
Apesar da maioria governista, a Câmara aprovou uma moção contrária a demolição; e a Justiça deu cinco dias para que o governo explique as razões de sua atitude, além de proibir novas ações no Banhado.
Banhado
Não foi a primeira vez, nem será a última. Meses atrás, ruas centrais de São José viraram uma “praça de guerra” durante um protesto de moradores da Santa Cruz após a morte de um traficante. Pois bem: seja pacífico, seja violento, protestos como esses escancaram a dificuldade da prefeitura em tratar do destino dessas comunidades.
Isso não é de hoje. Mais de 50 anos atrás, incapaz de resolver, de fato, o impasse na Santa Cruz, o prefeito Sergio Sobral de Oliveira resolveu murar a área, escondendo os barracos da vista da cidade. Não deu certo.
Em conversa que tivemos logo após a posse, em 2017, Felicio Ramuth me garantiu que iria retirar os moradores do Banhado até o final do primeiro mandato. Ofereceu aluguel de casas, bloqueou vias de acesso, mexeu e remexeu. E deixou o cargo sem cumprir a promessa, passando o “pepino” a seu sucessor –que, pelo jeito, vai insistir no enfrentamento.
A pergunta que fica é a seguinte: se até aqui não deu certo, porque agora vai dar? É importante para a cidade tratar da questão dos moradores do Banhado, mas o caminho é o confronto? Bem, desse jeito não está dando certo…
Ouça o podcast com Hélcio Costa: