
Após dias de expectativa e quatro rodadas de votação, a Igreja Católica anunciou na tarde desta quinta-feira (8) a eleição de seu novo líder. O cardeal Robert Francis Prevost Martínez O.S.A., de 69 anos, nascido em Chicago em 14 de setembro de 1955, foi escolhido para suceder o papa Francisco. Ele adotará o nome de Leão XIV e se torna o primeiro papa norte-americano da história.
Prevost chegou ao Vaticano após longa carreira missionária no Peru, onde serviu como pároco e professor de seminário entre 1985 e 1986 e depois de 1988 a 1998. Além disso, passou temporadas nos Estados Unidos, de 1987 a 1988 e novamente de 1998 a 2001, trabalhando na ordem agostiniana em Chicago. Portanto, ele traz uma visão que une pastoral latino-americana e conhecimento das realidades norte-americanas.
A confirmação foi feita com a tradicional fumaça branca que saiu da Capela Sistina, sinalizando ao mundo que “temos um papa”. A escolha foi feita no segundo dia do conclave, iniciado na quarta-feira (7). Prevost recebeu pelo menos 89 dos 133 cardeais, dois terços dos eleitores do conclave.

A emoção na Sala das Lágrimas
Assim que aceitou a missão de liderar a Igreja, Leão XIV foi conduzido à chamada Sala das Lágrimas, anexa à Capela Sistina. O espaço é reservado para um momento de recolhimento e preparação do novo pontífice. Lá, ele vestiu pela primeira vez a batina branca que simboliza o papado e, emocionado, escolheu o nome que guiará sua trajetória à frente da Igreja Católica.
Anúncio oficial ao mundo
Em seguida, o cardeal francês Dominique Mamberti, protodiácono do Colégio Cardinalício, apareceu na sacada central da Basílica de São Pedro. Em latim, fez o tradicional anúncio: “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam!” (Anuncio-vos uma grande alegria: temos um Papa!). Na sequência, revelou o nome completo e o nome adotado pelo novo líder da Igreja.
Quem é Robert Francis Prevost, o Papa Leão XIV
A escolha do cardeal Robert Francis Prevost como papa Leão XIV marca uma nova fase para a Igreja Católica. O norte-americano com larga experiência missionária no Peru, Prevost é conhecido como o “pastor de duas pátrias” por sua atuação junto aos mais pobres na América Latina. Sua eleição representa um equilíbrio entre tradição, proximidade com o povo e uma visão internacional alinhada com o pontificado de Francisco.
Prevost nasceu nos Estados Unidos e ganhou fluência em espanhol durante os anos 1980, enquanto atuava como missionário agostiniano no Peru. Essa vivência lhe rendeu um profundo entendimento da realidade latino-americana, reforçando sua imagem como um possível representante das Américas como um todo.
Antes de ser eleito papa, ele ocupava o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, onde teve papel estratégico na nomeação de líderes eclesiásticos em todo o mundo. Em entrevista ao site do Vaticano, destacou a humildade como marca do episcopado: “O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas”.
Apesar da resistência histórica da Igreja a um papa americano, pelo peso político que isso poderia representar, Prevost se destaca por seu alinhamento com as ideias de Francisco, sua sensibilidade social, e sua formação agostiniana — que traz uma dimensão contemplativa e missionária à sua liderança. Críticas à sua atuação em investigações sobre abusos não impediram seu avanço entre os cardeais, que o veem como símbolo de continuidade e renovação.
Um novo ciclo na Igreja
Com a escolha de Leão XIV, a Igreja parece buscar um pontificado que una continuidade e renovação. Prevost é visto como alguém que pode dar prosseguimento ao legado pastoral de Francisco, mas com um olhar ainda mais globalizado e missionário, sensível às realidades sociais, sobretudo nas Américas.