Trabalhadores da LG Taubaté aprovam greve por tempo indeterminado e recusam proposta de indenização

(Foto: Reprodução/Street View)

Os trabalhadores da LG rejeitaram uma proposta de indenização oferecida pela empresa, na manhã desta segunda-feira (12), e iniciaram uma greve por tempo indeterminado na planta de Taubaté. O desdobramento ocorre após o anúncio da multinacional em encerrar a operação no mercado de telefonia móvel em todo o planeta, bem como a transferência da fabricação de notebooks e monitores do Vale do Paraíba à Manaus, no Amazonas.

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A LG ofereceu uma indenização que varia de R$ 8 mil, para os admitidos a partir de janeiro de 2020, a R$ 35,8 mil, para quem estivesse trabalhando na empresa há pelo menos 19 anos. O plano de saúde e a PLR estariam assegurados, também, até janeiro de 2022.

Os funcionários com tempo de casa de 2 a 7 anos receberiam R$ 19.353,00; os de 8 a 13 anos, R$ 30 mil; já os de 14 a 18 anos, teriam direito a R$ 32.901,00. A votação, ocorrida na porta da fábrica, localizada na Avenida Dom Pedro I, recusou a proposta de indenização aos cerca de 700 funcionários que serão desligados e aprovou uma greve sem data para encerramento.

(Foto: Rayssa Marine/CBN Vale)

A LG foi acionada pela CBN Vale para comentar a respeito da recusa da indenização, por parte dos trabalhadores, bem como o início da greve, mas até às 9h não havia retornado nosso contato. Para este horário também está programada uma manifestação de metalúrgicos das empresas Blue Tech, Sun Tech e 3C em frente à fábrica da LG, em Taubaté.

A mobilização irá exigir que a direção da LG abra negociações imediatamente com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. O objetivo é discutir a situação das funcionárias que trabalham nas fábricas fornecedoras, em São José e Caçapava. As três fornecedoras já afirmaram que também vão fechar as portas em maio, acarretando no encerramento de 430 postos de trabalho.

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(Foto: Rayssa Marine/CBN Vale)

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A LG anunciou, na segunda-feira (5), que deixará de produzir smartphones. Com a medida, a unidade instalada em Taubaté, no Vale do Paraíba, será diretamente afetada, já que é a única do Brasil a fabricar aparelhos celulares. A empresa sul-coreana justificou o fechamento da divisão ‘a fim de fortalecer sua competitividade futura por meio de seleção e foco estratégico’. A empresa informou que continuará a produção até maio.

De acordo com a LG, desde o segundo semestre de 2015, o negócio global de celulares tem sofrido perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um prejuízo de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares até o final de 2020. A decisão foi tomada, segundo a empresa, depois de avaliar todas as possibilidades para o negócio de celulares. 

Um dia depois, na terça (6), a empresa anunciou também o encerramento da produção de notebooks e monitores na planta de Taubaté, levando estes itens para a unidade de Manaus, onde existe a produção de eletrodomésticos conhecidos como ‘linha branca’. A justificativa dada pela empresa sul-coreana ao Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté é de que no Amazonas há benefícios fiscais, isenções estas que não dispõe no Estado de São Paulo.

A planta do Vale do Paraíba – que conta atualmente com mil funcionários – ficaria somente com o setor de call center da LG, onde 300 pessoas estão empregadas. Assim, 700 pessoas perderão o emprego de forma direta na fábrica da LG. Este número chega a 1.030, se somado os funcionários das fornecedoras de São José dos Campos e Caçapava que produzem celulares exclusivamente à empresa sul-coreana.

(Foto: Rayssa Marine/CBN Vale)