A LG anunciou, nesta segunda-feira (5), que deixará de produzir smartphones. Com a medida, a unidade instalada em Taubaté, no Vale do Paraíba, será diretamente afetada, já que é a única do Brasil a fabricar aparelhos celulares. A empresa sul-coreana justificou o fechamento da divisão ‘a fim de fortalecer sua competitividade futura por meio de seleção e foco estratégico’. A empresa informou que continuará a produção até Maio.
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De acordo com a LG, desde o segundo semestre de 2015, o negócio global de celulares tem sofrido perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um prejuízo de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares até o final de 2020. A decisão foi tomada, segundo a empresa, depois de avaliar todas as possibilidades para o negócio de celulares.
Cerca de 400 postos de trabalho deverão ser afetados com o anúncio em Taubaté. A fábrica, ao todo, conta com mil funcionários, sendo que parte deles estão direcionados para a fabricação de Notebooks, computadores e monitores, setor este que não será fechado. Também não será afetada a unidade da LG em Manaus, que produz eletrodomésticos.
As negociações entre LG e Sindicato dos Metalúrgicos começaram em 30 de março, e na semana passada, já era prevista a ‘forte possibilidade de que a empresa optasse pelo fechamento do setor de celulares’. Além disso, outros dois cenários haviam sido apresentados pela LG a entidade sindical: o de reestruturação e o da venda do setor.
Os representantes da fábrica sul coreana informaram que estão em andamento conversas para a venda do setor de celulares para um grupo africano, mas que não havia nada firmado até o momento. O Sindicato informou à CBN Vale que tem uma reunião agendada com a direção da LG, na terça-feira (6), e que a empresa não forneceu informações sobre os impactos de sua decisão em relação aos trabalhadores e a fábrica de Taubaté.
Os trabalhadores da fábrica estão em estado de greve desde 26 de março, quando surgiram relatos na imprensa sul-coreana a respeito da movimentação de venda do mercado de celulares por parte da LG. O Sindicato disse, ainda, que tem solicitado reuniões com o presidente da empresa desde janeiro, mas que não teria sido atendido.
Por nota, a Prefeitura de Taubaté informou que entrou em contato com o RH da planta da LG na cidade e que desde o início de fevereiro, a empresa informa que tem interesse em reativar a operação da linha de produção de Geladeiras e lavadoras, sendo o único impeditivo, o alto valor do ICMS praticado no Estado. A Secretaria de Desenvolvimento e Inovação já informou ao Estado que, caso haja negociação sobre ICMS na planta de Taubaté, a LG tem condições de reativar a produção da linha.
Outro lado
Em nota encaminhada à CBN Vale, a LG anunciou ainda que comunicará, de forma aberta e transparente durante este processo, todos os funcionários, clientes e parceiros, buscando uma abordagem justa e pragmática, enquanto atende obrigações jurídicas. A empresa disse que compartilha com tristeza a notícia e agradeceu a confiança ao longo dos anos, prometendo se concentrar fortemente em seus negócios.