
Trabalhadores da LG Taubaté realizaram uma carreata na manhã desta sexta-feira (16) contra o encerramento da operação global no mercado de smartphones e a transferência da linha de monitores e notebooks para Manaus. Organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, o objetivo foi chamar a atenção da população sobre os impactos que uma demissão em massa pode provocar na cidade.
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A concentração dos funcionários teve início por volta de 7h30 e, uma hora depois, os carros deixaram a unidade da empresa sul-coreana para percorrer às principais vias da cidade. A expectativa é de que 200 veículos tenham participado do ato. Além disso, a entidade sindical participará logo mais, às 14h, de uma audiência de conciliação virtual do TRT de Campinas. A sessão foi marcada após a LG ajuizar um dissídio coletivo de greve no Tribunal.
Até o momento, não houve acordo de negociação direta entre a empresa e seus funcionários. Tanto a carreata quanto a audiência no TRT marcam uma semana agitada com relação aos anúncios realizados pela LG. Na última segunda-feira, os trabalhadores rejeitaram uma proposta de indenização oferecida pela empresa e iniciaram uma greve por tempo indeterminado na planta de Taubaté.
A LG ofereceu uma indenização que varia de R$ 8 mil, para os admitidos a partir de janeiro de 2020, a R$ 35,8 mil, para quem estivesse trabalhando na empresa há pelo menos 19 anos. O plano de saúde e a PLR estariam assegurados, também, até janeiro de 2022. No entanto, os funcionários justificaram que os valores estariam longe do ideal.
Impacto
As demissões na LG podem provocar um impacto anual de R$ 44,7 milhões na economia de Taubaté. A estimativa é do Sindicato e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O cálculo, em resumo, leva em conta salários e PLR dos trabalhadores.
Em uma reunião entre a entidade e a Prefeitura de Taubaté, ficou definido que o prefeito José Saud (MDB) irá solicitar oficialmente uma reunião com o governador João Doria (PSDB). O objetivo da conversa é discutir a questão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A LG alega que o aumento no imposto foi o motivo para que a empresa saísse da cidade e transferisse parte de sua produção para o Amazonas.