Suzane Von Richthofen começa faculdade de Biomedicina com tornozeleira eletrônica em Taubaté

Suzane será monitorada com uma tornozeleira eletrônica durante graduação

(Foto: André Vieira/Marie Claire)

Condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, Suzane Von Richthofen começou a estudar Biomedicina em uma faculdade de Taubaté na última quarta-feira (30). Ela, que cumpre pena no regime semiaberto em uma penitenciária de Tremembé, mudou de curso após sua primeira opção, Farmácia, não ter formado turma.

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Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Suzane será monitorada com uma tornozeleira eletrônica e deverá sair da unidade prisional às 17h e retornar até às 23h50, de acordo com determinação judicial do desembargador José Damião Pinheiro Machado Cogan. As medidas de prevenção à Covid, ainda segundo a SAP, serão tomadas na Penitenciária Feminina 1, onde cumpre pena.

De acordo com o Portal G1, Suzane foi a faculdade acompanhada de sua advogada em um carro de aplicativo, e chegou com um visual diferente da saída temporária mais recente em setembro, com um cabelo mais curto. No campus, ela estava acompanhada de mais um advogado, fez a identificação biométrica na catraca e entrou para o primeiro dia de aula.

Autorização

Segundo o TJ, a Diretoria da Penitenciária Feminina 1, de Tremembé, concordou com relação à saída temporária de Suzane para cursar a faculdade, e acatou o argumento da defesa de que ela apresenta ótimo comportamento carcerário. Apesar disso, o Ministério Público se manifestou contrário ao ingresso de Suzane ao ensino superior, “sob o argumento de que a segurança da paciente não poderia estar garantida”.

Ainda segundo o relator, “se o que a lei almeja é a reintegração social, não há razão para que a mesma [Suzane] fique sem frequentar a faculdade onde conseguiu matrícula e financiamento de seu curso”, e que outro motivo favorável ao início dos seus estudos é pelo fato de já ter sido aprovada anteriormente, além de não ter registrado nenhuma falta prisional em 19 anos de detenção.

Aprovações

Além desta aprovação recente e a aprovação de 2016, Suzane conseguiu uma vaga pelo Sisu no curso de Gestão de Turismo, no Instituto Federal de Campos do Jordão, em 2020, mas não foi autorizada pela Justiça para deixar o presídio. Em 2017, ela também foi aprovada para o curso de Administração em uma faculdade católica de Taubaté, mas não concluiu a matrícula.

Procurada pela CBN Vale à época da autorização da Justiça, a Faculdade Anhanguera declarou, em nota, que “oferece a todos tratamento igual, conforme determina a legislação brasileira”.