Por conta da pandemia, consultas cardiovasculares diminuem 33,8% em SP

O levantamento da entidade mostrou que as consultas cardiovasculares diminuíram 33,8%, a maior baixa entre todos os itens pesquisados.

doenças cardiovasculares
(Foto: Reprodução)

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) realizou um levantamento em seis instituições de referência no Estado para analisar o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde cardiovascular dos paulistas. O resultado reforça a percepção dos cardiologistas de que a população, com receio de ser contaminada pelo coronavírus, negligenciou o tratamento de doenças e ainda deixou de lado atividades que auxiliam na prevenção dos fatores de risco para o coração.

De acordo com o Dr. Bruno Nogueira, presidente da Regional do Vale do Paraíba da SOCESP, um dado norte americano apontou aumento de 800% nas mortes súbitas em casa. Esse fato acontece, devido as pessoas deixaram de procurar o médico e ir as consultas, por conta disso, os diagnósticos e tratamentos não são feitos, o que aumenta a mortalidade por doenças cardiovasculares.

Queda nas internações e consultas

Segundo a pesquisa da SOCESP, o número de internações cardiovasculares e internações por infarto teve queda de 13,8% e 15,9%, respectivamente. O levantamento da entidade mostrou que as consultas ambulatoriais em cardiologia diminuíram 33,8%, a maior baixa entre todos os itens pesquisados. Houve quedas também no número de procedimentos ambulatoriais para o diagnóstico da doença cardiovascular em 23,4%. E, por fim, as cirurgias cardiovasculares também caíram 16,8%, no comparativo dos dois últimos anos.

Mas com o progresso da vacinação, o Dr. Bruno falou que as pessoas estão voltando para as consultas, porém com índice de risco, como diabetes, pressão alta e colesterol, fatores que aumentam as chances de infarto e AVC.

Campanha

A SOCESP tem promovido uma campanha para que as pessoas retomem os tratamentos. O médico falou que as consultas não podem ser deixadas de lado e que os pacientes precisam fazer a parte deles, como se alimentar melhor e fazer caminhadas.

Segundo a SOCESP, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no país, o que corresponde a 400 mil óbitos por ano. O infarto e o acidente vascular cerebral (AVC) ocupam o primeiro e segundo lugares desse sub-ranking, respectivamente. A dislipidemia (anomalias nos níveis de gordura no sangue, como o colesterol elevado) está por trás de 51% dos infartos.

Ouça a reportagem de Julia Lopes:

 

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