
O policial acusado de atropelar João Henrique Thomaz Ferreira, filho do prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), está sendo julgado na Irlanda e passou por uma audiência nesta quinta-feira (08). O guarda Neil Doyle, da Polícia Rodoviária irlandesa, é acusado de direção perigosa com lesão corporal grave. O caso, que ainda está em andamento, ganhou destaque pela gravidade das consequências e pelo apelo da família por justiça.
João Henrique, de 25 anos, trabalhava como entregador em Dublin, onde vivia há cinco anos. Ele foi atropelado no dia 28 de outubro de 2023 enquanto se deslocava pela cidade. O impacto foi tão severo que resultou na amputação de sua perna direita. Desde então, o caso vem sendo investigado pela Comissão do Provedor de Justiça da Garda Síochána (GSOC), órgão que atua como uma espécie de corregedoria da polícia local.
Amigos e familiares acreditam que o atropelamento pode ter sido intencional, o que elevou o tom das investigações e provocou a abertura de um processo criminal contra o policial. Durante a audiência desta quinta-feira, o réu não apresentou nenhuma declaração sobre o caso. Diante disso, o promotor solicitou o adiamento do processo por quatro semanas, a fim de reunir e divulgar as provas da acusação. O juiz aceitou o pedido.
A mãe de João, Sheila Thomaz, acompanha o processo de perto e tem feito apelos públicos por orações e apoio. Em um vídeo gravado antes da audiência, ela agradeceu a solidariedade recebida até agora e pediu que a população continue enviando boas energias para o filho. “Esse é apenas o primeiro passo de muitos. Já é importante saber que ele está sendo acusado criminalmente. Agora seguimos na esperança de justiça”, disse ela.
João também se manifestou e reforçou a importância do julgamento, principalmente para os brasileiros que vivem fora do país. Segundo ele, é essencial que crimes cometidos contra imigrantes recebam a devida atenção das autoridades, independentemente da nacionalidade de quem os pratica.
Com a decisão do juiz, o caso será retomado nas próximas semanas, após a entrega formal das provas ao tribunal. A expectativa da família é de que o processo avance com mais clareza e transparência, contribuindo para uma possível responsabilização do acusado.