Pesquisadores da Unifesp confirmam a descoberta de novo habitat marinho na Ilha das Couves, em Ubatuba

Pesquisadores da Unifesp confirmam a descoberta de novo habitat marinho na Ilha das Couves, em Ubatuba
(Foto: Divulgação/Unifesp)            habitat marinho

Pesquisadores do Instituto do Mar (IMar) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), confirmaram a descoberta de um novo habitat marinho, em Ubatuba, até então desconhecido pela ciência.

Os primeiros indícios da descoberta desse novo habitat ocorreram na Ilha das Couves, localizada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, e foram obtidos durante as atividades impostas à Petrobras no contexto do licenciamento do Pré-Sal, Etapa 3.

Trata-se de um banco de ‘rodolitos’ com mais de 5.000 metros quadrados que acabou sendo revelado pelos cientistas. Rodolitos são nódulos formados por algas calcarias que, quando em grande quantidade, formam um dos mais diversos habitats marinhos da plataforma continental brasileira.

Durante a análise dos relatórios apresentados, técnicos da Fundação Florestal de São Paulo se surpreenderam com os indicativos da presença de um local tão importante e, até então, nunca registrado, em águas tão rasas (cerca de seis metros de profundidade), em um dos locais mais visitados daquela região.

“No momento que nossos técnicos se depararam com tal informação, salientamos o quão importante é o nosso trabalho e a aplicação das condicionantes ambientais, pois, quando bem aplicadas, elas constituem uma ferramenta de grande valor para a gestão da biodiversidade e, portanto, para a nossa sociedade”, explica o biólogo Diego Hernandes, diretor regional da Fundação Florestal.

Pesquisadores do IMar/Unifesp realizaram uma visita técnica no local e atestaram a ocorrência desse novo e importante atributo ecológico do litoral paulista.

Os resultados desta visita acabam de ser publicados em uma nota técnica conjunta entre o IMar/Unifesp e a Fundação Florestal, disponível neste site.

Importância da descoberta

A Ilha das Couves, até pouco tempo atrás, chegou a receber cerca de 5.000 turistas em um único final de semana e essa experiência de turismo desenfreado levou o Ministério Público Federal a delinear responsabilidades e definir cenários alternativos para a gestão do local, que culminaram na Portaria Normativa FF/DE nº 350/2022, definindo regras para a atividade turística na região.

“A descoberta do banco de rodolitos, além de valorizar atributos ecológicos do nosso litoral norte paulista, também revela mais um atrativo turístico para o local. A riqueza e biodiversidade desse banco abre uma perspectiva para atividades de sensibilização ambiental, divulgação e educação científica, bem como ciência cidadã”, explica o gestor da Área de Proteção Marinha do Litoral Norte, o biólogo Márcio José dos Santos.