Empresa sul-coreana deve lançar 22 foguetes no Centro de Alcântara (MA)

Empresa sul-coreana deve lançar 22 foguetes no Centro de Alcântara (22)
(Foto: Reprodução)

Uma empresa sul-coreana vem mantendo negociações com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para o programa espacial brasileiro.

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A INNOSPACE recebeu da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), por meio de portaria em maio de 2020, licença para operar atividades espaciais de lançamento em território brasileiro até o ano de 2026. A ideia é utilizar o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão para o lançamento de satélites.

A Rádio CBN São José dos Campos e Vale entrevistou na segunda-feira (28) Élcio Jeronimo de Oliveira, chefe de negócios da INNOSPACE do Brasil.
A empresa tem previsão de fazer dois lançamentos de testes entre 2022 e 2023, e a partir de 2023, outros 20 lançamentos comerciais. A empresa fabrica o lançador de satélites na Coreia do Sul e envia todo o material para ser montado e operado no Brasil. O primeiro lançamento, segundo o executivo da empresa, deve ocorrer entre outubro e novembro deste ano.

INNOSPACE do Brasil

INNOSPACE é uma empresa sul-coreana criada em 2017, que desenvolve tecnologia de foguetes e atualmente está desenvolvendo um lançador de foguetes baseado em uma tecnologia sofisticada e inovadora, baseada na propulsão híbrida. No ano passado, a empresa vislumbrou a possibilidade de operar no Brasil com a abertura do Centro de Lançamento de Alcântara (MA). Em 2021 houve a publicação do resultado de um edital para o uso comercial do Centro de Alcântara.

A INNOSPACE iniciou as negociações com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), de São José dos Campos (SP), com o Brigadeiro Hudson Costa Potiguara para a testagem de foguetes para novas tecnologias estratégicas brasileiras, no Centro de Alcântara.

As conversas seguiram com a participação da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), com o presidente Carlos Moura, e finalmente com o Ministro do MCTI (Ciência, Tecnologia e Inovações), Marcos Pontes. A INNOSPACE possui escritório no Parque Tecnológico de São José dos Campos, e está negociando com o Brasil um contrato de cinco anos, que pode ser prorrogável por mais cinco. A expectativa da INNOSPACE é que em menos de seis anos, a empresa já esteja operando em plenas condições e colocando satélites de até 500 kg em órbita.

Propulsão Híbrida

A propulsão híbrida utiliza recursos ecologicamente corretos, mais limpos e que não geram poluentes tóxicos no processo de combustão do combustível que lança os foguetes ao espaço.
Esse tipo de tecnologia gera redução de custos de fabricação, transporte, armazenamento e custos de operação.

Uso pacífico da tecnologia de foguetes

Embora empresa preste serviços tanto para a área civil, quanto para os serviços de defesa na Coreia do Sul, o contrato para o uso do Centro de Alcântara, visa apenas o uso comercial para o lançamento de satélites, sem a perspectiva de utilização de material bélico. Para objetivos militares, a empresa poderá fazer uso de seus lançadores apenas para o transporte de satélites de comunicação militar, que pode atender também demandas da polícia federal no controle de fronteiras ou mesmo atuando para evitar desastres naturais.
Élcio explicou que a tecnologia de um lançador de satélites é a mesma de um míssil nuclear.

Custo de lançamento de foguetes

Segundo Élcio, o custo de lançamento do menor foguete da INNOSPACE, para um satélite de até 50 kg, gira em torno de US$ 2 milhões. Esse total engloba toda a operação, desde a fabricação do lançador, logística, montagem e o uso do centro de lançamentos. E de acordo com o executivo da empresa, a abertura do Centro de Alcântara veio em um momento especial, pois a perspectiva de mercado para os próximos 10 anos, em novos lançadores é de mais de 1 trilhão de dólares, somente em lançamentos de pequenos satélites.

Ouça a matéria de Marcelo Rocha: