A Embraer divulgou nesta semana o Market Outlook 2025, documento que apresenta as perspectivas da empresa para o setor de aviação comercial nos próximos 20 anos. A publicação antecipa as discussões do Paris Air Show, um dos maiores eventos da indústria aeronáutica, que será realizado na próxima semana.
De acordo com o relatório, a demanda global por novas aeronaves de até 150 assentos — categoria que inclui jatos regionais e turboélices — deve atingir 10.500 unidades até 2044. Desse total, cerca de 8.720 serão jatos e 1.780 turboélices. O valor estimado desse mercado é de US$ 680 bilhões.
O documento considera dados e tendências em sete grandes regiões do mundo. Pela primeira vez, a China recebeu uma análise detalhada separadamente, refletindo sua crescente importância no setor aéreo. Segundo o relatório, a China deverá liderar o crescimento do tráfego de passageiros, com uma taxa anual estimada de 5,7%.
Além disso, o estudo apresenta uma previsão para aeronaves cargueiras, incluindo a conversão de aviões de passageiros. A análise leva em conta mudanças estruturais observadas desde a pandemia de Covid-19, como o avanço da autonomia regional e o fortalecimento das cadeias de suprimentos locais.
Para Arjan Meijer, presidente da Embraer Aviação Comercial, essas mudanças continuam impactando o setor mesmo cinco anos após o início da pandemia. Ele afirma que o aumento da procura por conexões regionais exige frotas mais versáteis. Assim, a combinação de aeronaves com diferentes capacidades se mostra estratégica para adaptar a oferta à demanda e apoiar o crescimento econômico nacional e regional.
Em relação ao tráfego de passageiros medido por quilômetro voado, o relatório prevê um crescimento médio anual de 3,9% até 2044. As maiores taxas de expansão devem ocorrer nas seguintes regiões:
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China: 5,7% ao ano
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América Latina: 4,7%
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África e Oriente Médio: 4,4%
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Ásia-Pacífico: 4,1%
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Europa/CIS: 3,1%
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América do Norte: 2,4%
Em termos de participação no tráfego global ao final do período, a Ásia-Pacífico representará 39% do total, seguida pela Europa e América do Norte, com 37% juntas.
A projeção também apresenta a divisão das entregas por região:
Jatos (8.720 unidades):
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América do Norte: 30,7%
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Europa/CIS: 22,8%
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China: 17,2%
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Ásia-Pacífico: 12,1%
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América Latina: 8,8%
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África: 4,4%
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Oriente Médio: 4,0%
Turboélices (1.780 unidades):
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Ásia-Pacífico: 36,0%
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América do Norte: 15,7%
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Europa/CIS: 14,6%
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África: 12,4%
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China: 11,2%
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América Latina: 9,0%
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Oriente Médio: 1,1%