A Justiça de São Paulo tornou réu por coação Umberto Vieira Ghilarducci, tutor do cão bull terrier que atacou e matou o cachorro Fox no ano passado em São José dos Campos (SP). A decisão é da juíza Beatriz Afonso Pascoal Queiroz, da 3ª Vara Criminal de São José dos Campos, e foi publicada na última terça-feira (26), embora a decisão tenha sido tomada no dia 21 de março.
O caso, que ganhou grande repercussão, foi desmembrado em dois processos. O primeiro trata do ataque do cachorro, que resultou na prisão e posterior soltura de Umberto. O segundo processo, e foco desta matéria, é sobre a coação, relacionada às ameaças que Umberto e um amigo Vinícius Rodrigues Marques teriam feito à família do Fox. Ghilarducci foi detido na zona rural de Pouso Alegre (MG), em 14 de dezembro de 2023.
Durante a investigação, surgiram informações de possível coação contra as tutoras do animal e testemunhas. Em vez de ser apurado no inquérito já em andamento, o fato originou um novo inquérito, base para a presente denúncia.
Acusação – Dono do bull terrier
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusa Umberto de ter intimidado as donas do cão Fox após o ataque. Em 12 de março de 2024, o promotor de justiça pediu que o caso fosse enviado ao JECRIM (Juizado Especial Criminal), que lida com crimes de menor gravidade. No mesmo dia, a juíza Beatriz concordou com o promotor e enviou o caso para o JECRIM, cancelando a prisão de Umberto.
Apesar de achar que os fatos investigados são sérios e que, em teoria, a prisão de Umberto poderia ser justificada para manter a ordem pública e garantir a aplicação da lei, a juíza Beatriz decidiu que o crime investigado neste caso, que tem uma pena máxima de 4 anos de prisão, não justifica a prisão preventiva de Umberto. Por isso, ela negou o pedido de prisão.