Aí sim, fomos surpreendidos novamente
Essa frase é de Mário Jorge Lobo Zagallo, único tetracampeão mundial de futebol, que morreu dias atrás, aos 92 anos. Dita logo após a derrota do Brasil para a Holanda na Copa de 1974, num show da ‘Laranja Mecânica’, a frase virou “meme”.
Dias antes, Zagallo havia menosprezado o “carrossel holandês” comandado por Johan Cruijff. “A Holanda –disse ele — é muito tico-tico no fubá, que nem o América dos anos 50.”
Em campo, a realidade foi dura: o Brasil foi derrotado por 2 a 0 e eliminado da Copa. “Aí sim, fomos surpreendidos novamente”, a frase de Zagallo, passou a ser a descrição fiel do choque entre expecativa e realidade. É mais ou menos o que o cidadão sente frente à política. A gente vota, acha que vai melhorar e aí, sim, somos surpreendidos novamente.
Minha reflexão tem um foco: as eleições legislativas deste ano, isto é, o voto para vereador, quase sempre colocado em segundo plano pelo eleitor. A maioria decide o voto ali, na hora, a caminho da urna. Um ano depois, muita gente nem lembra em quem votou. E a vida segue. Só que não.
O vereador tem uma função importante, muito além de dar nome de rua e título de cidadania. Cabe a ele, por lei, fiscalizar o Executivo. Afinal, é no equilíbrio dos Três Poderes que se sustenta a Democracia. Aí cabe aquela perguntinha chata: a Câmara, isto é, os vereadores de São José dos Campos, tem cumprido seu papel?
Ora, a bancada do governo, a chamada “bancada do amém”, majoritária, barra, sistematicamente, o debate de todos os temas incômodos ao prefeito Anderson Farias (SP). Falta remédio da UBS? Comida estragou no depósito da prefeitura? A gente fica ser saber. Alguém vai dizer que é a regra do jogo.
Será?
A crítica faz parte da Democracia e não existe, de antemão, governo perfeito.
Está feliz com isso? Ok. Não está? Pense bem no seu voto a vereador. Senão, aí sim, você será surpreendido novamente.
Segue o baile …
CBN Política Regional de 11 de Janeiro de 2024