CBN Economia: Endividamento e Inadimplência resistem às transferências de renda

Colunista José Joaquim do Nascimento fala no quadro cbn economia, sobre transferência de renda versus inadimplência e endividamento da população
(Foto: CBN VALE) Endividamento e Inadimplência

No quadro CBN Economia, desta quarta-feira (7), o colunista José Joaquim do Nascimento, falou no programa CBN Vale 1ª Edição, sobre o endividamento da população brasileira. Afinal, todos que estão endividados, são inadimplentes no país? Confira a matéria do professor – mestre em economia:

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A notícia veiculada pela mídia impressa e televisa de que o endividamento e a inadimplência são os maiores em 12 anos, destacando que 8 em cada 10 famílias têm dívidas, significa dizer que cerca de 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas.

Estes fenômenos da economia são potencializadores de crises e podem tardar a recuperação sustentável da economia nacional. É comum as pessoas relacionarem de forma direta e imediata,  que as pessoas ao estarem endividadas elas também estão inadimplentes, e isto não é verdade. É certo que são coisas diferentes, mas que se correlacionam facilmente e podem potencializar ou tardar uma saída mais rápida da crise nacional.

O binômio renda baixa e preços elevados explicam o aumento do endividamento das famílias tanto as consideradas ricas (mais de 10 salários mínimos) como as pobres que ganham até 2 salários mínimos. Isto indica que mesmo com as medidas de transferência de renda, como os saques extras do FGTS, antecipação do 13º aos beneficiários do INSS, não tiveram efeitos sobre os números da inadimplência (dados de julho de 2022), pelo menos da grande parcela que é a mais pobre.

E, as transferências do “pacote de bondades” do governo federal também não irão reduzir o endividamento e a inadimplência, pois também são temporários e acabam em dezembro.
De acordo com a CNC – Confederação Nacional do Comércio, em julho deste ano (2022), 78% das famílias brasileiras estão endividada. E deste percentual 29%, algo próximo de 30 milhões de pessoas estão com os pagamentos atrasados ou seja, inadimplentes.

Resta poucas opções aos brasileiros: uma gestão das finanças pessoais mais eficiente, assim como a busca mais intensa por outras fontes de rendas, ou até mesmo esperar um “milagre” do próximo governo que possa comprar uma parte das dívidas para ajudar o Brasil como um todo.