Aos funcionários de Taubaté, Ford projeta início de negociação com Sindicato em 18 de janeiro

(Foto: Street View/Reprodução)

O Departamento de Recursos Humanos da planta da Ford, em Taubaté, anunciou aos trabalhadores que irá iniciar, a partir da próxima segunda-feira (18), a fase de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté a respeito das demissões anunciadas no início desta semana. Em documento aos “empregados de Taubaté”, a empresa garantiu que manterá todos informados sobre os desdobramentos desse processo.

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Com a decisão de encerrar a produção nos municípios de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE), a expectativa é de que 5 mil empregos diretos sejam perdidos em todo o país. Em Taubaté, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, este número também pode chegar a 5 mil, somados os terceirizados e prestadores de serviços da Ford. 

De acordo com o documento, a Ford Taubaté continuará revisando o plano para retorno ao trabalho de algumas atividades específicas entre hoje (14) e amanhã (15), o que eles chamam de ‘Down Days’. Além disso, empregados responsáveis por atividades críticas e essenciais deverão continuar com suas atividades já definidas no início desta semana.

A empresa também projeta que, a partir de 18 de janeiro, além de iniciar a negociação com o Sindicato, também convoque alguns empregados para retornar ao trabalho, com o objetivo de “produzir peças para atender o mercado de pós-vendas”. O último tópico do documento garante aos trabalhadores o pagamento sem prejuízo do adiantamento quinzenal, previsto para esta sexta-feira (15). 

Retrospectiva

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou que instaurou procedimento para acompanhar os impactos socioeconômicos e concorrenciais do fechamento das fábricas da Ford no Brasil. A medida foi tomada depois do anúncio feito pela empresa, na última segunda-feira (11), que decidiu pelo encerramento da produção de veículos nas cidades de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). 

Na última quarta-feira (13), trabalhadores da Ford se reuniram em frente à Câmara de Taubaté para protestar contra o anúncio do fechamento das unidades da empresa em todo o país, sobretudo no Vale do Paraíba. Em entrevista à CBN Vale, Sinvaldo Cruz, coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, disse que além dos 830 demitidos diretos, o encerramento da produção causaria um ‘efeito-cascata’, cuja consequência seria a demissão de até 5 mil pessoas.

A Prefeitura de Taubaté, bem como o prefeito José Saud (MDB), realizaram reunião na última terça-feira (12) com a secretária de Desenvolvimento Social do Estado, Patrícia Ellen, com o objetivo de mitigar os impactos causados pelo anúncio da montadora no encerramento das produções em Taubaté. No entanto, segundo a administração estadual, duas empresas estariam interessadas na compra da área da empresa, no Vale do Paraíba, e representantes das mesmas devem chegar na próxima semana para analisar e seguir com as tratativas.