O estado de Santa Catarina, conhecido por ser um dos maiores redutos eleitorais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também se destaca, mas negativamente por outro motivo: o recorde de prefeitos presos por corrupção no Brasil. Nos últimos quatro anos, 28 gestores municipais catarinenses foram detidos por desvio de dinheiro público, em um cenário que atinge múltiplos partidos, mas tem destaque no PL, sigla do homem-bomba Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em 2020, que realizou um ataque terrorista na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13).
Ele foi identificado pela Polícia Federal como membro de um grupo extremista de direita e tinha como objetivo matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Além de ameaçar políticos e ministros nas redes sociais, o criminoso tornou-se símbolo de uma escalada de violência política ligada a radicais. Um boné com o slogan de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi encontrado no trailer alugado por Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado em frente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Corrupção nos municípios de SC
O partido de Francisco, o PL, é o segundo com maior número de prefeitos presos em Santa Catarina, ao lado do PSD, com cinco detenções cada. Ambos ficam atrás apenas do MDB, que lidera com oito prisões. O levantamento mostra que 96% dos políticos presos no estado pertencem a partidos alinhados à extrema direita ou ao centro-direita. Até o momento, um prefeito de esquerda também foi preso, Clori Peroza (PT), da cidade de Ipuaçu.
O último caso registrado foi o de Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma pelo PSD, detido em 3 de setembro durante a Operação Caronte, que investiga desvios milionários em contratos públicos. Desde 2020, operações como Et Pater Filium, Mensageiro, e Terra Nostra desmantelaram esquemas de corrupção envolvendo lideranças municipais de diversas cidades catarinenses.
Prefeitos presos
Com 295 municípios, Santa Catarina amarga um índice preocupante: 9,5% dos seus prefeitos eleitos nos últimos anos foram presos. Confira a lista de prefeitos presos:
Operação Et Pater Filium:
Segunda fase, em agosto de 2020:
1) Orildo Antônio Severgnini (MDB), de Major Vieira
Quarta fase, em julho de 2021:
2) Adelmo Aberti (PSL), de Bela Vista do Toldo
Sétima fase, em abril de 2022
3) Beto Passos (PSD), de Canoinhas
Operação Mensageiro
Primeira fase, em dezembro de 2022
4) Deyvisonn Souza (MDB), de Pescaria Brava
5) Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva
6) Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul
7) Marlon Neuber (PL), de Itapoá
Segunda fase, em fevereiro de 2023
8) Antônio Ceron (PSD), de Lages
9) Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo
Terceira fase, em fevereiro de 2023
10) Joares Ponticelli (PP), de Tubarão
Quarta fase, em abril de 2023
11) Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá
12) Adriano Poffo (MDB), de Ibirama
13) Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
14) Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba
15) Patrick Correa (Republicanos), de Imaruí
16) Luiz Shimoguri (PSD), de Três Barras
17) Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo
18) Felipe Voigt (MDB), de Schroeder
19) Luis Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim
Quinta fase, em abril de 2024
20) Clézio José Fortunato (MDB), de São João do Itaperiú
Operação Travessia, em janeiro de 2024
21) Douglas Elias Costa (PL), de Barra Velha
Operação Limpeza Urbana, em janeiro de 2024
22) Ari Wollinger, o Ari Baguio (PL), de Ponte Alta do Norte
Operação Terra Nostra, em abril de 2024
23) Gustavo Cancellier (PP), de Urussanga
Operação Fundraising, em junho de 2024
24) Clori Peroza (PT), de Ipuaçu
25) Fernando de Fáveri (MDB), de Cocal do Sul
26) Marcelo Baldissera (PL), de Ipira
27) Mario Afonso Woitexem (PSDB), de Pinhalzinho
Operação Caronte, em 3 de setembro de 2024
28) Clésio Salvaro (PSD), de Criciúma