Para Presidente da OAB-SP, comentários machistas de ‘Mamãe Falei’ foi ato criminoso

Para Presidente da OAB-SP, falas de 'Mamãe Falei' foi ato criminoso
(Foto: Divulgação/OAB)

Nesta terça-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Rádio CBN São José dos Campos e Vale entrevistou a Presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, para falar de sua gestão à frente da Ordem dos Advogados do Brasil, ela que, aliás, é a primeira mulher a assumir esse cargo.

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Patrícia comentou sobre uma representação aberta pela OAB-SP e protocolada na segunda-feira (7), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para providências imediatas de apuração e sanção da conduta do deputado estadual Arthur do Val (Podemos), que fez comentários machistas contra mulheres refugiadas na Ucrânia. Segundo a Presidente da ordem, a representação foi assinada em conjunto com deputadas e deputados de todos os partidos representados na Assembleia, uma vez que essa não é uma pauta de política partidária e, sim, de cidadania e defesa de todas as mulheres.

“Todos nós concordamos que não tem nada a ver com com política o que aconteceu, o que aconteceu foi um ato criminoso”

Estão programadas para esta terça (8) diversas manifestações pelo Brasil em defesa dos direitos da mulher, uma delas em São Paulo, em ato que acontece a partir das 16 horas, em frente ao Monumento às Bandeiras: a “Marcha contra a Misoginia”. Segundo Patrícia, pelo fato de estarmos em um ano eleitoral, muitos parlamentares poderão utilizar desse fato para garantirem a reeleição, abraçando a causa contra a misoginia, o que pode contribuir para a cassação do mandato de Arthur do Val, pois foi um fato que ‘contaminou e envergonhou toda a Alesp’.

Pautas da OAB-SP em 2022

Patrícia Vanzolini listou as principais pautas de sua gestão iniciada em janeiro deste ano, que abrange inclusão social e cidadania, envolvendo todas as pessoas da sociedade como as PCD (Pessoas com deficiência) e as LGBTQIA+. Umas dessas ações visa a garantia da regra de paridade de gênero e cotas raciais do ‘quinto constitucional’, que é o direito que a OAB tem de indicar desembargadores. A Ordem dos Advogados do Brasil indica um quinto das vagas de determinados tribunais brasileiros aos advogados e membros do ministério público, e não por magistrados de carreira.

A OAB-SP envia, portanto, uma lista com seis nomes para serem apreciados e escolhidos pelo governo do estado de São Paulo. Patrícia explicou que na sua gestão, será enviada uma lista contendo três mulheres, três homens, e dois membros, homens ou mulheres da advocacia negra. Recentemente, segundo a presidente, houve a apresentação de lista de indicados que possuía apenas homens brancos.

Ouça a matéria de Marcelo Rocha: