Ministério da Saúde abre consulta pública sobre vacinação de crianças contra Covid

O Ministério da Saúde abriu, na noite de quinta-feira (23), a consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid.
A consulta vai ficar aberta até 2 de janeiro e qualquer pessoa pode participar preenchendo um formulário online.
De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, o período é aberto para que “sejam apresentadas contribuições, devidamente fundamentadas”.

• Leia mais notícias da região clicando aqui 

Além de apresentar perguntas que refletem o ponto de vista do governo em relação à vacinação infantil, o sistema adotado para coletar os dados apresentou problemas na manhã desta sexta (24), pois o primeiro formulário publicado atingiu o limite de contribuições em algumas horas e o ministério teve que publicar um novo link com um segundo formulário.

Ministério da Saúde abre consulta pública sobre vacinação de crianças contra Covid
(Fonte: Ministério da Saúde)

O texto da consulta pública inclui a recomendação de exigência de prescrição médica para vacinação. O documento prevê ainda uma audiência no dia 4 de janeiro.
Em 16 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ) aprovou o uso de uma versão da vacina da Pfizer para aplicação nas crianças dessa faixa etária. O governo federal, entretanto, ainda não definiu quando vai iniciar a imunização desse grupo.

Desde o sinal verde da Anvisa, o ministro Queiroga afirmou diversas vezes que a autorização da agência não é suficiente para iniciar a vacinação.
Na última segunda-feira (20), ele disse que a “pressa é inimiga da perfeição” e que o ministério só teria uma posição sobre o tema em 5 de janeiro.

Queiroga também afirmou que só tinha recebido “um documento de três páginas” da agência e ainda esperava documentos com dossiê completo.
A agência rebateu as declarações do ministro, disse que não recebeu pedido formal de pareceres, mas que o envio de dossiê de análise de medicamentos para o Ministério da Saúde “não é requisito legal, ou mesmo praxe”. Também divulgou publicamente o parecer técnico completo sobre o tema.
Em outubro, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo.

Perguntas da consulta

O formulário da consulta inclui perguntas sobre os pontos de vista defendidos pelo governo na questão da vacinação infantil, como, por exemplo, se há concordância com a não obrigatoriedade de imunização para ir à escola. Veja exemplos de perguntas da consulta:

• Você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde?

• Você concorda com a priorização, no Programa Nacional de Imunização, de crianças de 5 a 11 anos com comorbidades consideradas de risco para COVID-19 grave e aquelas com deficiência permanente para iniciarem a vacinação?

• Você concorda que o benefício da vacinação contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos deve ser analisado, caso a caso, sendo importante a apresentação do termo de assentimento dos pais ou responsáveis?

• Você concorda que o benefício da vacinação contra a COVID-19 para crianças de 5 a 11 anos deve ser analisado, caso a caso, sendo importante a prescrição da vacina pelos pediatras ou médico que acompanham as crianças?

• Você concorda com a não obrigatoriedade da apresentação de carteira de vacinação para que as crianças frequentem as escolas ou outros estabelecimentos comerciais?

Ministério da Saúde abre consulta pública sobre vacinação de crianças contra Covid
(Foto: Tobias Schwarz/AFP)

Como vai funcionar a vacinação infantil

A vacina para este público tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal terá que comprar uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo.

A mesma autorização de uso já foi concedida pela FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia).