Homem de 21 anos é assassinado após discussão na avenida Itália, em Taubaté

viatura da policia militar, branca preta cinza e vermelha estacionada em gramado; pm atendeu caso de rapaz de 21 anos assassinado na avenida italia
(Foto: Reprodução/PMSP) Homem de 21 anos é assassinado após discussão na avenida Itália, em Taubaté

Um homem de 21 anos foi assassinado por volta de meia noite desta segunda-feira (16), na avenida Itália, bairro da Independência, em Taubaté.
Segundo a polícia, a vítima chegou a se proteger dentro de uma adega na avenida, durante uma briga, mas foi atingido pelos tiros.

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Quando a Polícia Militar chegou ao local, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) já resgatava o rapaz ao Hospital Regional de Taubaté, onde ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

Além da PM, uma equipe da Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) também compareceu no local do crime, que foi registrado como homicídio e localização/apreensão de objeto.

A Polícia Civil investiga o caso.

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Desmonte da rede de proteção à mulher facilita aumento de feminicídio

Passados oito anos da promulgação da Lei 13.104, de 9 de março de 2015, conhecida como Lei do Feminicídio, o assassinato de mulheres em situação de violência doméstica e familiar ou em razão do menosprezo ou discriminação à sua condição aumentou no país. A lei alterou o Código Penal para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, além de incluí-lo no rol dos crimes hediondos.

O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) começou a compilar e divulgar os dados sobre o crime de feminicídio no estado em 2016 e mostra o crescimento dos casos nos últimos anos. Foram 78 em 2020, 85 em 2021 e saltou para 97 no ano passado, ainda sem computar os dados de dezembro. Há notícias de pelo menos mais três casos no último mês de 2022. Quanto às tentativas de feminicídio, foram 270, 264 e 265 em cada ano, respectivamente.

Apenas na favela da Rocinha, foram dois casos no dia 29 de dezembro e mais dois nos primeiros dias deste ano. Em todo o estado do Rio, houve pelo menos quatro casos nos primeiros dias de 2023, além de uma tentativa de feminicídio. A vítima está internada.

A coordenadora executiva da organização Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), a advogada Leila Linhares Barsted, que também integra o Comitê de Peritas do mecanismo de segmento da convenção de Belém do Pará, da Organização dos Estados Americanos, para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, explica que o feminicídio é um fenômeno social grave.

De acordo com ela, o crime foi intensificado pela pandemia de covid-19, quando vítimas e agressores passaram a conviver por mais tempo, bem como reflete o machismo estrutural e os altos índices de violência do país.

“O índice de violência, o incentivo às armas de fogo, esses discursos de ódio, né? Há uma misoginia e um machismo que estão cada vez mais fortes na sociedade brasileira. Ou seja, aquele machismo que se fazia um pouco mais discreto está nas páginas dos jornais, proferido por lideranças das instituições do Estado. Então é como se houvesse uma licença para que homens exercessem o machismo de uma forma mais grave contra as mulheres”.