O Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal) de São José dos Campos e Região realizou um protesto em frente ao evento LAAD Defence & Security, no Riocentro, nesta terça-feira (11). O Presidente do Sindicato Weller Gonçalves conversou no CBN Vale 1ª Edição sobre a atual situação dos funcionários da Avibras.
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Segundo o Sindmetal, os trabalhadores estão há seis meses sem salário e também lutam contra a venda da Avibras para grupos estrangeiros. A empresa é uma das participantes da LAAD, considerada a mais importante feira do setor de Defesa na América Latina.
Weller Gonçalves explicou sobre a possível venda da empresa. Essa possibilidade se tornou pública há pouco tempo e fez com que funcionários ficassem ainda mais apreensivos pelo não recebimento de seus salários. Outro ponto que levantou questões que colocariam em cheque está venda, é a passagem de uma tecnologia bélica e desenvolvida no Brasil, para uma outra nação, caso fosse vendida para fora do país.
“Nós achamos muito preocupante está situação, você não fabrica uma tecnologia de um dia para o outro. São 60 anos que existe a Avibras na região, ela está localizada em Jacareí e faz divisa com São José dos Campos ela é a principal empresa do setor de defesa do nosso país. Um bom exemplo sobre tecnologia: nós vimos um tempo atrás a possibilidade da fusão da Embraer com a Boeing, onde o sindicato foi contra e na hora de assinar o contrato a Boeing recusou e não assinou.
A Embraer entrou com uma ação civil pública contra a Boeing, porque a empresa já contratou 200 engenheiros da Embraer no último ano, especialistas disseram que a Boeing levou o cérebro da fabricação de aeronaves do nosso país. […] O que nós achamos (sindicato)? Que a Boeing gostaria desta engenharia e atualizar o time de especialistas. […] E está empresa da Alemanha ou Emirados Árabes que quer comprar a Avibras, quer o que? A tecnologia na fabricação de armamento bélico e pesado de guerra.
Se isso acontece, a empresa não vai continuar aqui, ela vai para a Alemanha ou Emirados Árabes.”
Para Weller Gonçalves, o assunto é preocupante para o papel estratégico, de soberania e defesa do Brasil. O presidente do Sindicato também afirmou que realiza uma campanha para a estatização da empresa junto aos trabalhadores.
“Muita gente tem nos perguntado. Essa empresa foi privatizada? Qual é a parte que o governo tem? E nós respondemos: a empresa, sempre foi privada. Ela apresenta na recuperação judicial que tem uma dívida de R$ 600 milhões e no final do ano passado, ainda no governo Bolsonaro foi efetuado a compra pelo governo federal de 98 veículos blindados de uma empresa de um consórcio italiano, sendo que este tipo de veículo é fabricado aqui (Avibras). A compra destes 98 veículos foi de R$ 5 bilhões. Porque o governo não investiu este valor aqui na Avibras?”, conclui Weller Gonçalves.
Sobre a atual situação do não recebimento dos funcionários, o presidente do Sindicato disse que a greve persiste ainda pelo não pagamento aos funcionários e segundo Weller nenhum beneficio está sendo oferecido para os empregados.
*a produção da CBN Vale entrou em contato com a Avibras e aguarda um posicionamento da empresa. Até a postagem desta matéria a empresa não havia retornado o contato.