A Embraer confirmou nesta terça-feira (08) que não descarta sofrer impactos diretos com a decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros. O anúncio feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, gerou apreensão no mercado, especialmente em setores com forte presença no comércio americano como a indústria aeroespacial.
A companhia brasileira, que tem forte atuação no mercado norte-americano, destacou que ainda está avaliando as consequências das novas medidas, mas admite que os efeitos podem ser significativos.
“A indústria de aviação global, setor que opera sem tarifação sobre peças ou produtos acabados há décadas, provavelmente será impactada pelas medidas anunciadas recentemente pelo governo dos Estados Unidos. A Embraer ainda está avaliando as consequências da decisão, que adicionará complexidade e custos aos nossos negócios e clientes nos EUA”, disse a empresa em nota encaminhada à CBN Vale.
O mercado norte-americano é estratégico para a Embraer. Em 2024, os Estados Unidos foram responsáveis por 59% da receita global da fabricante, que somou US$ 6,4 bilhões. O modelo E175, por exemplo, é líder absoluto no segmento de jatos regionais no país, respondendo por 95% das 723 aeronaves comerciais da empresa em operação nos EUA até o final do ano passado.
A Embraer possui presença física e econômica relevante nos EUA, com mais de 45 anos de operação no país, US$ 3,5 bilhões em ativos e mais de 2.500 colaboradores em diversas unidades industriais.
Entre os principais clientes da fabricante brasileira estão grandes companhias aéreas norte-americanas, como American Airlines, United Airlines, Republic Airways, Breeze Airways, além da SkyWest Airlines, maior operadora mundial dos jatos Embraer, que atua em parceria com empresas como Delta, Alaska e outras.
A empresa ainda não divulgou uma estimativa oficial do impacto financeiro das novas tarifas.