
O Conclave que definirá o próximo Papa começa nesta quarta-feira (7), no Vaticano, com a presença de 133 cardeais, número recorde na história da Igreja Católica. A reunião ocorre na Capela Sistina, onde os religiosos permanecem isolados até a escolha do novo pontífice. A primeira votação será realizada ainda hoje, e outras quatro podem acontecer diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde.
A cada rodada sem consenso, a fumaça preta aparecerá na chaminé da Capela. Quando um Papa é eleito, a fumaça branca anuncia ao mundo: Habemus Papam. A partir desse momento, uma série de tradições é cumprida antes da primeira aparição do novo líder da Igreja.
O que acontece após a escolha do Papa?
Assim que um cardeal é eleito com ao menos 88 votos – o número necessário entre os 133 participantes – ele é questionado pelo camerlengo se aceita a missão. Ao aceitar, é imediatamente saudado pelos demais cardeais e conduzido à chamada Sala das Lágrimas.
Nesse ambiente reservado, que fica anexo à Capela Sistina, o novo Papa tem um momento de recolhimento. Lá, escolhe o nome que adotará durante o papado e veste a batina branca preparada especialmente para esse momento, com três tamanhos disponíveis (pequeno, médio e grande).
A primeira aparição ao público
Enquanto isso, o cardeal protodiácono – hoje, o francês Dominique Mamberti – se prepara para anunciar ao público, em latim, a escolha do novo pontífice. Ele lê da sacada da Basílica de São Pedro a tradicional frase:
“Annuntio vobis gaudium magnum. Habemus Papam…”
Depois do anúncio, o novo Papa aparece pela primeira vez aos fiéis. Em sua saudação inicial, ele costuma fazer uma oração, dar sua bênção e, muitas vezes, uma breve fala sobre o que espera de seu pontificado.
Como funciona a votação? Conclave
O processo é sigiloso. Cada cardeal escreve o nome do escolhido em uma cédula, que é depositada em uma urna. Após a contagem dos votos, os papéis são queimados. Se não houver definição nos três primeiros dias, os cardeais fazem uma pausa de 24 horas para orações. A mesma pausa pode acontecer se houver sete rodadas sem consenso.
Caso um nome alcance os dois terços exigidos, o escolhido é imediatamente informado. Se aceitar, segue para os ritos já citados. A expectativa do mundo, então, se volta para a chaminé da Capela Sistina, na esperança da fumaça branca.
Preparativos e bastidores – Conclave
Na noite anterior ao início do conclave, os cardeais brasileiros seguiram para a Casa Santa Marta, onde permanecerão incomunicáveis até a decisão final. O jornalista Elieson Lima, da rádio CBN, obteve com exclusividade essa informação direto do Vaticano.
Na segunda-feira (5), antes do início das votações, os cardeais participaram das chamadas congregações gerais. Durante essas reuniões, discutiram temas importantes para o futuro da Igreja, como evangelização, ecologia, papel pastoral, mudanças internas e o relacionamento com a imprensa.
A cobertura da eleição do novo Papa atraiu mais de 5.600 jornalistas de todo o mundo, o que demonstra o interesse global por esse momento decisivo da Igreja Católica.
A expectativa é de que o novo pontífice tenha um perfil semelhante ao do Papa Francisco: próximo do povo, com uma agenda clara e atenção especial aos mais pobres. A qualquer momento, o mundo pode ouvir novamente a frase que marca o início de uma nova era no Vaticano: habemus papam.