Combate ao Bullying e Ciberbullying: Especialista destaca a importância de ações educativas e apoio às vítimas

Combate ao Bullying e Ciberbullying: Especialista destaca a importância de ações educativas e apoio às vítimas
Foto: CBN Vale

O programa CBN Na Rede recebeu nesta sexta-feira (21), Marcela Aparecida Faria Laporta, Coordenadora de Operações Educacionais do Pró-Família da Planneta Educação, empresa do grupo Vitae Brasil, para discutir a importância de criar ações efetivas no combate ao bullying e ao ciberbullying. A entrevista destacou como essas práticas afetam o desenvolvimento emocional e social dos jovens, além de abordar estratégias para prevenção e apoio às vítimas.

Marcela Laporta iniciou a conversa alertando sobre o aumento do ciberbullying, impulsionado pelo crescimento do acesso à internet e às redes sociais. Dados recentes mostram que 13,2% dos jovens brasileiros já foram vítimas de ciberbullying, segundo estudo da UFMG e do IBGE. Além disso, a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024 revelou que 29% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos já enfrentaram situações ofensivas ou discriminatórias online.

A especialista ressaltou que o bullying e o ciberbullying estão diretamente associados a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e, em casos extremos, suicídio. Essas situações podem levar a sentimentos de isolamento e vulnerabilidade”, explicou.

O papel das escolas e das famílias

Durante a entrevista, Marcela destacou o papel fundamental das escolas e das famílias na prevenção e no combate a essas práticas. “Muitas escolas já promovem ações de combate ao bullying, e a escola é um ambiente de afeto. Devemos pensar que, em uma situação de bullying, temos dois atores prioritários: a vítima e o agressor. Muitas vezes, esse agressor já foi uma vítima e, por diversos outros fatores que ocorreram fora da escola, na família, na sociedade, no âmbito em que ele vive, isso se replica. São pessoas que estão gritando por ajuda. A escola, por sua vez, deve promover ações de conscientização”, afirmou.

Ela também enfatizou a importância de os pais estarem atentos aos sinais de que seus filhos podem estar sofrendo ou praticando bullying. “Mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar e isolamento social são alguns dos indicativos que merecem atenção”, alertou.

Estratégias de prevenção e apoio

Marcela Laporta compartilhou algumas das estratégias que têm se mostrado eficazes no combate ao bullying e ao ciberbullying:

  • Programas de conscientização: Campanhas que promovem o respeito e a empatia entre os jovens.
  • Formação de professores: Capacitação para identificar e lidar com casos de bullying.
  • Apoio psicológico: Oferecer suporte emocional às vítimas e também aos agressores, que muitas vezes também precisam de ajuda.

A coordenadora também destacou a importância de iniciativas globais, como o Dia Internacional contra o Bullying, celebrado em 20 de outubro, para conscientizar a sociedade sobre o tema. “É importante que o gestor possa oportunizar ações acertivas durante todo o ano e com o grupo de estudantes, e não somente no dis 20 de outubro”, disse.

Legislação e responsabilidade das plataformas

Questionada sobre a eficácia das leis atuais, Marcela afirmou que, embora o Brasil tenha avançado com projetos de lei e iniciativas governamentais, ainda há muito a ser feito. “Precisamos de leis mais rigorosas para punir agressores e proteger vítimas, mas também é fundamental que as plataformas digitais assumam sua responsabilidade na moderação de conteúdo e no combate ao assédio virtual”, ressaltou.

Ela citou exemplos de países como os EUA e membros da União Europeia, que estão discutindo medidas mais duras, incluindo multas para plataformas que não combatam adequadamente o problema.

União de esforços – Bullying e ciberbullying

Ao final da entrevista, Marcela Laporta deixou uma mensagem para educadores e pais:

“Ao professor, que ele tenha um olhar sem nenhum tipo de ideologia sobre a criança ou a família, que tente ouvir não só a vítima, os sinais da vítima, mas também a esse agressor, que às vezes faz parte da mesma sala ou do mesmo núcleo que ele convive. Às famílias, que elas possam oportunizar que as crianças tenham voz dentro de casa, que o jovem se aproxime, que tente entender esse cenário, esse isolamento. Que continue sempre com o olhar atento às redes sociais, nos grupos que ele [aluno] faz parte, e para as vítimas, que elas possam buscar ali uma pessoa com quem possam falar sobre o que estão passando. É preciso ser falado o que causou esse desconforto, essa tristeza que muitas vezes elas não conseguem identificar que isso já é um bullying”, finalizou.

A entrevista completa com Marcela Aparecida Faria Laporta está disponível no no canal da CBN Vale no Youtube e Facebook.