Com negativa da Ford em permanecer no Brasil, trabalhadores de Taubaté aprovam luta por indenização justa

Emerson Tersigni e Douglas Castilho
Taubaté/SP – CBN Vale do Paraíba – 26.02.2021

(Foto: Douglas Castilho/CBN Vale)

Os executivos da Ford reafirmaram que não há nenhuma intenção de produzir carros, motores ou transmissões no Brasil. A declaração foi dada durante uma reunião entre a direção global da montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, na tentativa de reverter a decisão da empresa em sair do país. Para os representantes da Ford, a produção em solo brasileiro não está entre os objetivos, seja no curto, médio ou longo prazo. 

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Com isso, os trabalhadores da planta de Taubaté aprovaram, em assembleia nesta sexta-feira (26), a busca por uma indenização justa por parte da montadora. Segundo a categoria, a indenização deverá levar em conta aspectos como os impactos econômicos e sociais do fim das atividades da fábrica e o acordo de estabilidade no emprego dos funcionários. 

Há nove anos na fábrica taubateana, Wagner Anselmo Santos recebeu a notícia com tristeza. Apesar da consciência de que as chances de reversão eram praticamente que remotas, ele diz se sentir traído pelo comunicado de fechamento das unidades fabris feito em janeiro. (ouça a reportagem ao final desta matéria)

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Claudio Batista, foi um dos representantes da categoria na reunião com os executivos da Ford. Houve a apresentação de estudos, feitos em parceria com o Dieese, com alternativas para a Ford manter as atividades no país. No entanto, o saldo da reunião foi de frustração. 

(Foto: Douglas Castilho/CBN Vale)

Negociações

Com a saída decretada da Ford, os metalúrgicos deverão buscar, em mesa de negociação, uma indenização que leve em conta os impactos financeiros, trabalhistas e sociais do encerramento da produção. Cerca de 130 funcionários retomaram a produção na fábrica de Taubaté, no início desta semana, de peças de reposição para o mercado.

Quem não for chamado, irá continuar em licença remunerada, com salários e benefícios garantidos. A manutenção das remunerações faz parte de um acordo firmado entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e contempla os 830 trabalhadores da unidade até o fim das negociações. A Ford segue, ainda, proibida de realizar demissões em massa na cidade, a partir de uma liminar obtida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). 

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