CBN Política Regional: Voto tem CEP, sotaque e certidão de nascimento

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(Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE )

Nesta quinta-feira (19), o comentarista do quadro CBN Política Regional, Hélcio Costa, falou ao programa CBN Vale 1ª Edição, sobre a importância do voto na hora de escolher representantes da região nas eleições de outubro.

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A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) cassou o mandato de Arthur do Val, único deputado cassado no Estado em 23 anos. Em abril, ele chegou a renunciar ao cargo na tentativa de escapar da cassação e da perda dos direitos políticos por 8 anos.

Não deu certo: esta semana, foi cassado por unanimidade.

O que levou à cassação de “Mamãe Falei” é um episódio conhecido, lamentável e não vem, aqui, ao caso. Falo da cassação para lembrar, com tristeza, que Arthur foi um dos candidatos a deputado mais votados no Vale do Paraíba em 2018.  Radicado em São Paulo, com atuação no MBL (Movimento Brasil Livre) e nas redes sociais, Arthur é um exemplo dos paraquedistas que são bem votados por aqui, mas pouco ou nada fazem pela região. Alguns nem aparecem por aqui. Enquanto isso, nossa bancada continua com quatro deputados. É pequena e, por isso, é pequeno o peso político da região junto ao Palácio dos Bandeirantes e ao governo federal. É uma pena.

Quais os efeitos práticos disso?

As obras de duplicação da Rodovia dos Tamoios, no trecho de serra, ficaram paradas mais de dois anos; pronto, o Hospital Regional de Caraguatatuba ficou fechado por igual período à espera de uma data na agenda do governador; o AME de Taubaté não teve melhor sorte. A nova concessão da Dutra tira dinheiro daqui para investir no Estado do Rio.

Voto tem CEP, sotaque e certidão de nascimento. Se a região não tiver quem grite por ela na Assembleia Legislativa ou no Congresso, não vai ser um “Mamãe Falei da vida” que vai fazer isso.

Vale a pena pensar nisso na hora de escolher um candidato a deputado nas eleições de outubro. Dá para adotar, na prática, um voto distrital, votando em nomes da região. No mínimo, é gente que a gente conhece. Não vai precisar mandar o deputado para a Ucrânia para descobrir que o cara é um mala sem alça. E não vai precisar passar dois anos esperando um hospital funcionar.

Ouça o podcast completo com Hélcio Costa: