CBN Política Regional: Tá difícil ser prefeito …

Homem de terno de costas com as mãos na cabeça em frente a jornalistas. CBN Política Regional: Tá difícil ser prefeito ...
(Foto: Imagem criada por IA) Tá difícil

Semaninha difícil para os prefeitos, em geral, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba. Nem sal grosso está resolvendo.

Primeiro foi o prefeito de São José do Barreiro, Lê Braga, do PSD, preso pela Polícia Federal em flagrante por usar uma van da Secretaria de Saúde para voltar de uma viagem particular no feriado de Carnaval. Foi preso de abadá e tudo, na companhia da mulher e de dois casais de amigos.

Está no xilindró e a cidade, sem prefeito. O vice, Marcelo da Kombi, alvo de outra ação da PF, em 2023, está afastado e o presidente da Câmara, Luiz Oliveira, não pode assumir porque o afastamento de Lê ainda não foi publicado no Diário Oficial.

Depois foi a vez do prefeito de Aparecida, Luiz Carlos de Siqueira, o Piriquito, do Podemos, afastado por ordem do Tribunal de Justiça do Estado.

Motivo: ele é alvo de denúncia do Ministério Público por improbidade administrativa, por ter alugado um imóvel da ex-sogra para sediar o Poupatempo.

Em outra história, o prefeito de Pindamonhangaba, Isael Domingues, do PL, foi condenado a prisão e a perda de mandato pelo mesmo Tribunal de Justiça, por ter dispensa indevida de licitação. Três casos seguidos. Em todos, cabe recurso.

De quebra tem Felipe Augusto, do PSDB, prefeito de São Sebastião: a Polícia Federal investiga o uso do CPF dele em transações envolvendo a empresa do influenciador Renato Cariani, indiciado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. E não custa lembrar de Anderson Farias, prefeito de São José dos Campos que escapou por um triz de ter suas contas nas redes sociais banidas por propaganda irregular. A lista é longa.

De um lado mostra o MP e a sociedade cada vez mais atentos a eventuais desvios de rota. De outro, revela que prefeito é profissão de risco. Lembro de conversas que tive ao longo dos anos com diversos prefeitos e ex-prefeitos, entre eles, Emanuel Fernandes e Eduardo Cury. Todos relatam ações e processos que os acompanharam mesmo depois de deixarem o cargo. “Não vale a pena ser prefeito”, me disseram alguns.

A queixa deles é o MP, cada vez mais atuante, sob a luz da Constituição de 1988. Não é tão simples. E não dá para generalizar, existem bons e maus prefeitos, gente bem intencionada e gente mal intencionada. Esse é um impasse, que só o exercício da democracia vai colocar os pingos nos “is”. Até lá, é torcer para que os bons não desistam no meio do caminho.

Se isso ocorrer, só o pó: ficarão só os mal intencionados …

Segue o baile.

CBN Política Regional de 22 de Fevereiro de 2024 tá difícil

Ouça o podcast completo com Hélcio Costa: tá difícil

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