Nesta quarta-feira (19), no programa CBN Vale 1ª Edição, o comentarista do quadro CBN Economia, José Joaquim Nascimento, falou sobre uma política agrícola séria e com prioridade para os estoques reguladores que teria capacidade amenizar os efeitos da inflação neste ano de 2022.
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Para o colunista, a política de preço mínimo, crédito de comercialização e seguro agrícola e, de estoques reguladores de alimentos, entre outros, tem capacidade de amenizar os efeitos da inflação.
A perda de significado dos estoques reguladores para o governo atual, significa a perda de uma ferramenta poderosa de contenção dos preços. Quase não se fala de estoques reguladores, isto porque em uma década perdemos mais de 90% destes estoques. Isto vem contribuindo para que as famílias gastem mais de 41% da renda com a cesta básica. São os produtos que tem peso expressivo na composição da cesta básica, como grãos (o arroz, milho, feijão, soja) e carne que não são mais armazenados, indicando que perderam importância para os governos liberais recentes.
Não podemos considerar positivo para os consumidores que os preços dos produtos agrícolas e agropecuários, por exemplo, fique à mercê da Lei da oferta e demando do mercado e, ainda das flutuações da moeda estrangeira e dos preços nos mercados internacionais.
O governo deve regular os estoques de produtos alimentícios com vistas a equilibrar as condições de oferta e demanda interna e não argumentar que os custos de armazenagem e a legislação não permite. É uma questão que beneficia o produtor e o consumidor e isto é normal em qualquer país civilizado economicamente.
Os objetivos da formação de estoques reguladores fazem parte da política governamental de intervenção no mercado para garantir equilíbrio no abastecimento e na comercialização interna, com vista a atenuar os preços.
É papel do Estado, a partir da política de estoques reguladores, eliminar as distorções que afetam o desempenho das funções econômica e social da agricultura e não do mercado a partir da mão invisível.