CBN Economia: preços da cesta básica ficam estáveis em novembro no Vale do Paraíba, aponta pesquisa

A estabilidade dos preços da cesta básica de novembro no Vale do Paraíba é uma boa notícia para o fim do ano.

cesta básica
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (8), no programa CBN Vale 1ª Edição, o comentarista do quadro CBN Economia, José Joaquim Nascimento, deu uma boa notícia aos consumidores do Vale do Paraíba. A cesta básica no mês de novembro de 2021, segundo uma pesquisa do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Social da Universidade de Taubaté), apresentou uma estabilidade dos preços após sucessivas altas verificadas nos meses anteriores, fechando o mês em -0,03%. O valor da cesta foi de R$ 2.254,63, que é praticamente à média de valor de outubro que foi de R$ 2.255,51. Ou seja, a cesta básica de novembro, inverte um comportamento de alta dos meses anteriores.

• Leia mais notícias da região clicando aqui

A estabilidade parece indicar o impacto da queda da demanda sobre os preços, assim como o choque de oferta nas cadeias produtivas que resultaram dos custos dos insumos e dos custos logísticos, que passaram a ser determinantes dos níveis de preços finais de oferta por parte dos produtores.

Em um ano a cesta básica atingiu um aumento médio de + 15,38%, que em termos de valor representa um aumento de R$ 300,54 na comparação com novembro de 2020. Este percentual de alta da cesta é bem superior a inflação acumulada, conforme o IPCA 15 (prévia da inflação) medida pelo IBGE foi de + 10,73% no mesmo período.

É importante destacar que mesmo com a estabilidade no preço da cesta básica do Vale do Paraíba, neste mês de novembro, o custo de vida continuará mais elevado uma vez que a inflação está mais disseminada nas atividades da economia, tanto regional como nacional.

A cesta básica pesquisada pelo NUPES tem na composição os produtos alimentícios respondendo por 90,33% do índice total dos produtos pesquisados, enquanto no Índice IPCA do IBGE os produtos alimentícios representam apenas 25,21% do custo total da inflação nacional. Assim, altas de preços de outros setores da economia poderão continuar pressionando o custo de vida da região, mesmo que os produtos alimentícios apresentem tendências de baixa de preços, por motivos diversos, já que outros segmentos produtivos não são contemplados nesta pesquisa.

Outro parâmetro do comportamento dos preços da cesta básica considerado pelo NUPES é o percentual de renda comprometida para aquisição da cesta básica, com base em 5 (cinco) salários mínimos. Este percentual em média 41% da renda total (referência pra 5 salários mínimos). Quanto maior o percentual comprometido da renda para cesta básica, menor a capacidade de consumo de outros produtos que são importantes para o bem estar das famílias como um todo, revelando o quanto é perverso o aumento de preços da cesta básica.

A avaliação do peso relativo de cada grupo de produtos na cesta básica é outro parâmetro analisado. Ela apresenta os custos por itens da cesta do mês de outubro para novembro, e seu respectivo percentual de ponderação de cada grupo na formação do índice de preços final. Assim, o item alimentação foi responsável por 90,01% do valor da cesta, o item higiene pessoal (5,49%) e o item limpeza doméstica, (4,50%).  

Os produtos alimentícios são os vilões e estão na base da explicação do comportamento dos preços da cesta básica de novembro.  Por um lado, os custos de produção afetaram as condições dos produtores e responderam por um choque de oferta, influenciando negativamente a demanda final, por outro lado, os níveis de renda menores das famílias criaram as restrições ao consumo já esperado.

Concluindo, a estabilidade dos preços da cesta básica de novembro é um alento para este fim de ano, mas não é o suficiente para enfatizar que o custo cairá nos meses seguintes. O custo de vida continuará a afetar as condições gerais de consumo das famílias, uma vez que, no geral, abrange produtos de segmentos econômicos que não estão inseridos em nossas pesquisas mensais.

Desde 1996, o NUPES faz a divulgação mensal do custo da Cesta Básica recomendada para uma família com 5 pessoas. A ponderação de evolução e da participação dos principais grupos de bens nas pesquisas preenchem as necessidades de higiene pessoal, limpeza e alimentação. A família com poder de compra de 5 salários mínimos vigentes, possuía em janeiro de 2021, poder de compra de R$ 5.500,00. A coleta de preços é feita semanalmente em 18 supermercados dos municípios de São Jose dos Campos, Taubaté, Caçapava e Campos do Jordão.

Ouça o podcast completo com José Joaquim Nascimento: