Nesta quarta-feira (06), o colunista do quadro CBN Economia, José Joaquim Nascimento, falou no programa CBN Vale 1ª Edição, sobre o pacote de bondades do governo.
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O pacote de bondades do Governo Federal esconde um conflito entre a política monetária e a política fiscal que desagua na política cambial com efeitos colaterais perversos para taxa de câmbio e, para elevação da inflação. Tal perspectiva se estabelece porque piora as expectativas sobre a questão fiscal assustando os investidores internacionais e, gerando um efeito prático que é uma maior desvalorização cambial e, consequentemente, aumentos dos custos de produção local.
Eu explico: As medidas de política monetária de aumento dos juros para diminuir o consumo e assim frear as altas dos preços estão sendo anuladas por medidas fiscais de isenções/redução de tributos, assim como aumento dos gastos do Governo Federal com as transferências diversas (o pacote de bondades: Auxilio Gás, Caminhoneiro, Motoristas de Aplicativos…). O reflexo dessas medidas é criar instabilidades no mercado de câmbio.
As medidas conflitantes do lado monetário e fiscal começam a contaminar o ambiente cambial à medida que submete os investidores internacionais ao maior risco e, portanto, levando estes à busca de mercados mais seguros. Este comportamento é tóxico para taxa de câmbio.
Um fato que confirma tal toxidade das medidas de natureza monetária e fiscal é a elevação da taxa de câmbio que já ultrapassou 10% de variação em junho, saindo de 4,98/USD para um valor acima de R$ 5,30/USD.
Pacote de bondades
Não esquecermos que, quando a taxa de câmbio se eleva, os efeitos na economia são perversos, pois encarece a produção de bens e serviços e gera inflação pra os produtos que já estão sufocando a capacidade de consumo das famílias, como os produtos alimentícios.
As medidas desastradas estão fragilizando ainda mais as medidas de controle da inflação, neutralizando os efeitos das altas dos juros, aumentando a desconfiança no Governo e, deixando a sociedade assustada e perplexa com as medidas de bondades, que mais parece um “morde e assopra” de quem não tem noção das tolices que estão fazendo.