Morreu nesta quarta-feira (1º), aos 77 anos, o médico Roosevelt de Sá Kalume, que denunciou um esquema de tráfico de órgãos humanos em Taubaté, na década de 1980, escândalo que ficou conhecido nacionalmente como o “Caso Kalume“. A causa da morte não foi divulgada até o momento. O velório está sendo realizado na tarde desta quinta-feira (2), no Memorial da Sagrada Família, no centro de Taubaté, e a cremação prevista para ocorrer às 17h30.
Em 1987, enquanto atuava como diretor da faculdade de medicina de Taubaté, Kalume informou ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) sobre o programa ilegal de retirada de rins de pacientes para doação e transplante, sem seu conhecimento e aval, no antigo Hospital Santa Isabel, onde hoje funciona o Hospital Regional de Taubaté.
Segundo informações à época, pacientes tiveram os rins extraídos antes da morte cerebral atestada pela junta médica. A Polícia Civil de Taubaté concluiu o inquérito responsabilizando quatro médicos pelas mortes de quatro pacientes
Kalume enfrentou muitas dificuldades ao revelar o esquema, mas sua denúncia levou à abertura de um inquérito policial e, posteriormente, a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2003.
Os acusados – Caso Kalume
Em 2011, três médicos envolvidos no caso foram condenados a 17 anos e meio de prisão por homicídio. Um dos médicos envolvidos no caso, Pedro Henrique Masjuan Torrecilhas, faleceu após sofrer um mal súbito em uma chácara da família, em Indaiatuba, em outubro de 2024.
Os outros dois médicos condenados, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior, continuam em liberdade enquanto recorrem da decisão judicial.