Caminhada em protesto pela morte da pequena Maria Eduarda acontece neste domingo em São José

Caminhada em protesto pela morte da pequena Maria Eduarda acontece neste domingo em São José
(Foto: Reprodução)

A família da pequena Maria Eduarda programou para este domingo (1º) uma caminhada solidária em protesto pela morte da filha de 1 ano e 2 meses, ocorrida na última quarta-feira (27), no Hospital de Clínicas Sul, em São José dos Campos.

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A concentração está marcada para às 10h, em frente ao Hospital de Clínicas Sul, no Parque Industrial e com percurso que seguirá até o 3°DP.

Segundo os pais da criança, o encontro tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade e autoridades para que os motivos envolvendo a morte de Maria Eduarda, sejam devidamente apurados.

Entenda o caso

Segundo Michele de Almeida, mãe da criança, a médica que atendeu Maria não a examinou e teria receitado remédios que ela nunca havia tomado. Logo após ingerir os medicamentos, a criança passou mal e um outro médico a examinou, constatando o erro da médica.

Com isso, Michele disse que começou uma correria no hospital e fizeram a transferência da menina para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas Maria Eduarda não sobreviveu.

Relatos do pai

Em entrevista a rádio CBN Vale, o pai da criança, Josimar de Almeida Santos, contou que no sábado (23), eles levaram Maria Eduarda no Hospital de Retaguarda, na Vila Industrial, pois ela apresentava quadro de vômito e febre. Neste dia o médico que a atendeu disse que seria uma gripe por conta do dente que estava nascendo.

Depois disso, ela teria melhorado e na segunda-feira (25), foi para a creche, mas lá ela voltou a vomitar de novo e apresentou diarreia.

Na terça-feira (26), a temperatura de Maria Eduarda começo a abaixar, ficando abaixo de 35ºC. O pai relatou que ela estava com caso de hipotermia e a temperatura não subia.

Com isso, eles levaram a criança novamente ao Hospital de Retaguarda, onde ela foi atendida por uma médica que a diagnosticou com dengue. Josimar contou que a equipe médica não fez exame de sangue na criança para saber porque a sua temperatura havia abaixado e por conta disso retornaram para casa.

Na quarta-feira (27), Maria Eduarda acordou vomitando e os pais decidiram levar a criança para o Hospital de Clínicas Sul. A temperatura da menina continuava baixa e eles aguardavam o atendimento. Por volta das 20h, o pai relatou que Maria Eduarda foi atendida pela médica, que não examinou a criança, além de não questionar sobre a baixa temperatura. “Ela não olhou para minha filha”, disse Josimar.

Em seguida, a médica pediu que Maria Eduarda fizesse exame de sangue, raio-x e passasse pelo soro. O pai contou, que em menos de 30 minutos, após a medicação receitada no soro, ela piorou. O remédio, de acordo com Josimar, foi o prednisolona. “Ela só piorou, colocaram a bomba de oxigênio nela, porque ela estava com falta de ar”.

No momento, a médica foi chamada para examinar a criança, mas não compareceu. Com isso, levaram Maria Eduarda para outro médico. “Ele tentou ajudar e salvar minha filha, que já estava com parada cardíaca, tentou uma hora e meia voltar com a minha filha e nada”, contou o pai.

Após algum tempo, a equipe conseguiu reanimar a criança e então ela foi transferida para o Hospital da Vila Industrial, que teria maiores recursos. Mas o pai disse que lá, Maria Eduarda já havia chegado morta.

“Para mim ela morreu na Clínicas Sul, ela já chegou morta lá. Não deram informação para a gente. Eles relataram que a minha filha chegou sozinha na ambulância, mas eles não deixaram a gente ir com ela na ambulância. Eles não deixaram porque a minha filha já estava morta”, relatou emocionado Josimar de Almeida Santos.

Na quinta-feira (28), Maria Eduarda de Almeida, de apenas 1 ano, foi enterrada no Cemitério do Morumbi.

No momento, a família está entrando em contato com advogados para ver o que fazer. Eles acusam o Hospital de negligência médica, que seria a causa da morte da pequena Maria.

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura de São José dos Campos, por meio da Secretaria de Saúde, informa que a criança deu entrada no HCS (Hospital de Clínicas Sul) com quadro suspeito de bronquiolite e apesar de todos os cuidados da equipe médica evoluiu para um quadro agudo de broncoespasmo, seguido de PCR (Parada Cardio Respiratória), quando foram feitas manobras de ressuscitação, revertendo o quadro e possibilitando a transferência para a UTI pediátrica do Hospital Municipal. No caminho para o HM, a criança apresentou nova PCR e chegou quase sem vida ao hospital, onde as equipes atuaram de forma árdua por cerca de 30 minutos para reverter o quadro, mas infelizmente sem sucesso.

A Prefeitura e equipes médicas que atuaram no atendimento lamentam profundamente a perda da criança e se solidarizam com a família. Imediatamente após o ocorrido, o HMTJ (Hospital Maria Terezinha de Jesus), gestora do HCS, abriu uma sindicância interna e a secretaria, através de sua auditoria, está acompanhando os trabalhos de apuração do caso.

Contestada sobre o erro médico, a Secretaria de Saúde, não informou sobre os medicamentos receitados a criança e nem deu maiores informações sobre a médica acusada pela mãe de negligência.