Aparecida espera recuperar prejuízos da pandemia nesse 12 de outubro

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(Foto: Divulgação/Prefeitura de Aparecida)

O comércio e a rede hoteleira de Aparecida, no interior de São Paulo, esperam recuperar parte dos prejuízos com a pandemia no feriado prolongado de 12 de outubro. Nessa mesma data, no ano passado, a cidade recebeu apenas 30 mil fiéis. Normalmente, são cerca de 150 mil. Mesmo com a retomada de celebrações presenciais no Santuário Nacional e a volta dos devotos, os empresários locais esperam que o movimento chegue a só 30% do histórico para a data.

Uma cidade movimentada, mas que de repente ficou vazia. Aparecida tem 36 mil habitantes e sobrevive quase que exclusivamente do Turismo da Fé. Com a pandemia, a economia local quase parou por causa da queda no número de romeiros da Padroeira do Brasil.

Durante quatro longos meses, as ruas ficaram vazias e o Santuário Nacional sem público nas celebrações. Hotéis e comércios, antes lotados, fecharam as portas. Quem conseguiu resistir à crise, ainda enfrenta as dificuldades deixadas pela Covid-19. É o caso de Rubens Andrade, dono do hotel mais antigo de Aparecida.

A família de Rubens administra o estabelecimento desde 1912. Até 2019, a ocupação era sempre próxima de 100% aos finais de semana. Apesar do avanço da vacinação e da redução no número de casos e mortes pela doença, a procura para este 12 de outubro ainda está baixa, em torno dos 30%.

Rubens acredita que isso se deve à não autorização das romarias em grande número, que se organizam, de todo o Brasil, para visitar Aparecida.

Um dos setores impactados pela pandemia em Aparecida foi o de fabricação de velas. Em 2020, o ‘pavio da economia’ ficou apagado, já que apenas 30 mil romeiros visitaram o Santuário Nacional em 12 de outubro. A queda nas vendas chegou a 70%.

Apesar das dificuldades, o ano de 2021 representa a ‘chama da esperança’ para os empresários. Péricles Salvador, dono de uma fábrica, espera comercializar 2 milhões de velas neste mês de outubro, número equivalente ao mesmo período de 2019, sem pandemia.

Em meio a tanta dificuldade, houve em Aparecida quem tentasse se reinventar. Kelem Castro, de 30 anos, foi desligada da empresa em que trabalhava, na área de marketing digital. Após alguns meses desempregada, inaugurou uma loja de roupas na cidade.

A expectativa para o 12 de outubro, no entanto, é tímida. Kelem acredita que o consumidor está mais cauteloso, seja pela Covid-19 ou pela crise econômica. Apesar do cenário lento de retomada, ainda há chances da loja dela realizar contratações para o fim de ano, período este que também costuma atrair as pessoas ao roteiro da Fé.

Na próxima reportagem, os impactos da pandemia na vida dos padres redentoristas que administram o Santuário Nacional.

Ouça a reportagem de Emerson Tersigni: