Relatório sobre a água no Vale do Paraíba indica substâncias com risco de gerar câncer

Relatório aponta substâncias cancerígenas na água tratada de SJC
(Fonte: Reprodução)

A Repórter Brasil, organização não governamental brasileira, especializada em comunicação e projetos sociais, publicou nesta segunda-feira (7) um relatório chamado ‘Mapa da Água’, que mostra os riscos oferecidos pela água que saiu da torneira de 763 cidades entre 2018 e 2020.

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São dados que mostram que todos nós bebemos pequenas doses diárias de substâncias químicas e radioativas que são prejudiciais à saúde quando estão acima do limite brasileiro. O consumo diário pode aumentar o risco de câncer, problemas hormonais, nos rins, fígado e no sistema nervoso, a depender do produto, segundo o relatório.

Os dados são resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde.

É possível verificar quais substâncias químicas e radioativas foram encontradas na água da sua cidade através do link: http://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/

São José dos Campos

O Mapa da Água detectou 1 substância com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, acima do limite de segurança e 1 outra que também gera riscos à saúde na água de São José dos Campos entre 2018 e 2020:     2, 4, 6 Triclorofenol (Subprodutos da desinfecção)

O 2,4,6 Triclorofenol é classificado como provavelmente cancerígeno pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Sua avaliação indica que essa substância pode produzir linfomas, leucemia e câncer de fígado via exposição oral. Pode ser formada a partir do processo de desinfecção, quando o cloro é adicionado à água. Também é usada na fabricação de outros produtos químicos.

Substância que também gera riscos à saúde:

Ácidos haloacéticos total (Subprodutos da desinfecção)

Os ácidos dicloroacético, tricloroacético, bromoacético e dibromoacético são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Em altas concentrações, os ácidos haloacéticos também podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso. 

Taubaté

Foi detectada 1 substância (Chumbo) com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, acima do limite de segurança e 1 outra que também gera riscos à saúde na água de Taubaté:

Chumbo (Substâncias Inorgânicas)

O chumbo é classificado como provavelmente cancerígeno para o ser humano, pela IARC. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, não há nível seguro de exposição ao elemento, especialmente para crianças, que podem desenvolver problemas de comportamento, de aprendizado e de crescimento. O chumbo pode causar danos ao sistema neurológico, hematológico, gastrintestinal, cardiovascular, reprodutor e renal..

Substância que também gera riscos à saúde:

Ácidos haloacéticos total (Subprodutos da desinfecção)

Os ácidos dicloroacético, tricloroacético, bromoacético e dibromoacético são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela IARC. Em altas concentrações, os ácidos haloacéticos também podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso.

Empresas escondem os dados

Segundo a Repórter Brasil, os testes são financiados com dinheiro público e de quem paga a conta d’água, mas os resultados estão trancados a sete chaves. As companhias de abastecimento deveriam informar à população sempre que uma substância aparece acima do limite, como determina a portaria sobre a potabilidade (condição do que é potável) da água. Mas isso não acontece.

A Sabesp, responsável pela distribuição de água em mais de 370 municípios paulistas, incluindo a capital, divulga apenas o que chama de “parâmetros básicos”, como cor, turbidez e coliformes fecais. Nem mesmo pesquisando no site é possível acessar as substâncias químicas acima do limite.

Outro lado

A Sabesp alega que os resultados acima do limite são casos pontuais e que eles não indicam problemas no padrão da água. A empresa informa que faz sua avaliação por uma média móvel, mas não divulga esses dados.

Questionada, a Sabesp se negou a enviar os resultados ou os critérios de cálculo da média. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde admite que também não teve acesso a esses dados.